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Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1955. págs: 173-214. A presente edição foi traduzida do original russo "Materialismo Dialético", Moscou, edição da Academia de Ciências da URSS, Instituto de Filosofia, 1954.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.
A quarta característica do método dialético marxista, que nos obriga a considerar o desenvolvimento como processo contraditório, como luta entre os contrários, é o ponto central da concepção dialética e materialista da natureza, da sociedade e do pensamento. Lênin chama de essência ou "núcleo" da dialética esse princípio de análise dos objetos e dos fenômenos. A concepção dos fenômenos, dos objetos e dos processos como contendo contradições internas ajuda a descobrir a própria fonte do desenvolvimento e da transformação da natureza e da sociedade, a causa do inevitável desaparecimento do velho e do nascimento do novo e a compreender mais profundamente o caráter progressivo do desenvolvimento como movimento do simples ao complexo, do inferior ao superior.
Não é por acaso, portanto, que justamente a questão do reconhecimento ou da negação das contradições internas das coisas e dos fenômenos tem sido objeto da mais intensa luta entre os dialéticos e os metafísicos em toda a história do desenvolvimento do pensamento filosófico.
Na história do desenvolvimento do pensamento humano, afirma Lênin, deparamos com duas concepções opostas do desenvolvimento: a concepção dialética e a concepção metafísica ou evolucionista vulgar.
A concepção evolucionista vulgar ou metafísica considera o desenvolvimento como simples aumento ou diminuição dos objetos e dos fenômenos. Os partidários dessa concepção afirmam que a fonte do desenvolvimento não está nos próprios objetos, mas fora deles. A concepção metafísica nega a luta do novo contra o velho. Segundo a concepção metafísica, a coisa, o objeto, não pode conter, ao mesmo tempo, propriedades contraditórias. Nos objetos e nos fenômenos não haveria contradições, estas caracterizariam apenas nossos pensamentos. Como metafísico, o famigerado Dühring escreve que
"o contraditório é categoria que só pode referir-se à combinação de pensamentos, mas de forma alguma à realidade."
A concepção metafísica é incapaz de descobrir o conteúdo interno do processo de desenvolvimento, de explicar o processo de transformação das modificações quantitativas em qualitativas. Na compreensão metafísica do desenvolvimento não há lugar para o aparecimento do novo; o desenvolvimento é adstrito aos limites do velho, acha-se fechado num círculo uniforme, perpetuamente repetido.
Com essa concepção do desenvolvimento, escreve Lênin,
''o automovimento fica na sombra, não se percebe sua força motriz, sua fonte, seu motivo (a menos que seja transferido para o exterior, invocando um 'deus', um ser-sujeito, etc.).”(1)
Por isso, essa concepção "é morta, estéril, árida" (Lênin).
Se a ciência admitisse tal concepção, chegaria à absurda conclusão de que a Terra e todo o mundo orgânico e inorgânico, existentes há milênios, são imutáveis e que o processo de seu desenvolvimento consiste apenas no aumento ou diminuirão quantitativos de características imutáveis do estado inicial. Segundo esse ponto de vista, a história do desenvolvimento da sociedade humana seria um movimento em círculo fechado.
Os metafísicos declaram, por vezes, que não deixam de reconhecer a contradição, mas a compreensão que dela têm distingue-se radicalmente da concepção dialético-materialista. Os metafísicos negam a principal particularidade distintiva da interpretação dialético-materialista das contradições como desdobramento da unidade, como luta dos contrários dentro do objeto. O "reconhecimento” metafísico das contradições reduz-se ao reconhecimento apenas de contradições externas entre objetos e fenômenos diversos.
A "teoria do equilíbrio”, uma das mais perigosas variedades da concepção metafísica, é completamente utilizada pelos inimigos do marxismo. A "teoria do equilíbrio” é irreconciliavelmente hostil ao marxismo-leninismo. A tese inicial dessa "teoria” metafísica não é a luta entre forças opostas, mas seu equilíbrio. Segundo essa "teoria”, na natureza e na sociedade não existe o "autodesenvolvimento” nem o "auto-movimento”, não existe o processo de desenvolvimento, processo internamente contraditório. A "teoria do equilíbrio” considera de maneira absoluta o crescimento quantitativo e nega o desenvolvimento qualitativo. Afirma que é possível conciliar as contradições e equilibrar os contrários.
A "teoria do equilíbrio”, como arma filosófica na luta contra o marxismo, já foi defendida por Dühring. O revisionista Bogdânov substituiu a dialética marxista pela "teoria do equilíbrio”. O inimigo do povo Bukhárin, foi partidário dessa teoria antimarxista e pregou a integração pacífica do culaque no socialismo.
Uma variedade dessa famigerada "teoria do equilíbrio” é a teoria burguesa do "capitalismo organizado", teoria que nega as contradições internas do capitalismo, as contradições entre o trabalho e o capital, entre os capitalistas e a c!asse operária, entre as forças produtivas e as relações de produção.
É na "teoria do equilíbrio” que se apoiam, nas suas considerações "filosóficas”, os socialistas de direita de todos os países, os quais pregam a harmonia entre as classes e a 'teoria” reacionária da transformação pacífica e gradual do capitalismo em socialismo. Os partidários dessa "teoria” são os mais ferozes inimigos do marxismo, inimigos da revolução socialista.
A concepção metafísica, qualquer que seja a forma sob que se manifeste, é a cobertura filosófica, por meio da qual os inimigos do socialismo ocultam sua infame atividade antimarxista. Derrotar a concepção metafísica é a tarefa primordial de todos os cientistas e especialistas soviéticos, qualquer que seja o setor em que trabalhem.
V. I. Lênin, elevando a nível novo e superior a doutrina marxista da luta entre os contrários, desfechou golpe esmagador na metafísica. Em seu célebre artigo de combate à concepção metafísica, A Propósito da Dialética, Lênin revela de maneira profunda a importância da lei da luta entre os contrários para o conhecimento da origem do automovimento e do autodesenvolvimento. A luta entre os contrários na natureza e na sociedade é a base vital de todo desenvolvimento. Tudo o que existe se desenvolve e transforma por força da luta entre os contrários. Lênin afirma:
"O desenvolvimento é a ‘luta' entre os contrários.”(2)
V. I. Lênin ressalta que só a concepção marxista do desenvolvimento dialético é viva e criadora, que
“somente ela nos dá a chave para os 'saltos', para as 'rupturas de continuidade', para a 'transformação no contrário'; somente ela nos faz compreender a destruição do velho e o nascimento do novo.”(3)
Em vários de seus trabalhos, V. I. Lênin elabora de maneira profunda e completa a lei da luta entre os contrários como núcleo da dialética. As definições dadas por Lênin revelam a essência dessa importantíssima lei da dialética.
Lênin afirma:
"A dialética, no seu sentido exato, é o estudo das contradições na própria essência dos objetos (...)”.(4)
Para explicar o movimento e o desenvolvimento da natureza e da sociedade, a concepção dialético-materialista não recorre a nenhum impulso inicial externo. Para o marxista, a origem do movimento e do desenvolvimento não está fora da matéria, mas na própria matéria; é a contradição interna existente nos objetos e nos fenômenos, a luta entre os contrários.
A concepção dialético-materialista do desenvolvimento como luta entre os contrários é o único sistema científico de concepções que reflete fielmente o quadro real do desenvolvimento do mundo objetivo.
Qualquer que seja o fenômeno, objeto, processo da natureza, da sociedade ou do pensamento que estudemos, sempre descobrimos a luta entre forças, tendências, correntes, etc., opostas. A bipartição do único, em todos os fenômenos da natureza e da sociedade, em tendências contraditórias que se excluem mutuamente, e a luta desses contrários é a lei universal do desenvolvimento da matéria.
O camarada Stálin escreve:
"Em oposição à metafísica, a dialética parte do critério de que os objetos e os fenômenos da natureza contêm sempre contradições internas, porque todos eles têm seu lado negativo e seu lado positivo, seu passado e seu futuro, seu lado de caducidade e seu lado de desenvolvimento; do critério de que a luta entre estes lados contrapostos, a luta entre o velho e o novo, entre o que agoniza e o que nasce, entre o que caduca e o que se desenvolve, constitui o conteúdo interno do processo do desenvolvimento, o conteúdo interno da transformação das mudanças quantitativas em mudanças qualitativas.
Por isso, o método dialético considera que o processo de desenvolvimento do inferior ao superior não constitui um processo de desenvolvimento harmonioso dos fenômenos, mas, ao contrario, caracteriza-se por revelar as contradições inerentes aos objetos e aos fenômenos, por meio de um processo de ‘luta' entre as tendências opostas, que atuam tendo por base essas contradições.”(5)
Nesta clássica formulação, o camarada Stálin revela de maneira profunda e ampla a essência da lei da luta entre os contrários, da luta do novo contra o velho como lei básica do desenvolvimento.
A definição e a caracterização dessa lei por Stálin são uma grande contribuição ao tesouro da dialética marxista.
A formulação, feita pelo camarada Stálin, da tese da luta entre os contrários como lei do desenvolvimento revela uma série de importantes elementos para a compreensão de toda a dialética e fornece a chave para compreender-se o caráter do movimento e da transformação. O camarada Stálin demonstra que a luta entre os contrários, a luta entre o novo e o velho, é o conteúdo interno da lei da passagem das modificações quantitativas às transformações qualitativas e do processo progressivo do desenvolvimento do inferior ao superior.
J. V. Stálin indica que todos os objetos e fenômenos da natureza contêm contradições internas porque todo fenômeno tem seu passado e seu futuro, seu lado positivo e negativo, o novo e o velho. A luta entre essas tendências e processos opostos é a fonte do desenvolvimento.
A tese do desenvolvimento como luta entre os contrários é uma lei geral, o coroamento do método dialético marxista, que revela as leis do desenvolvimento e da transformarão de todos os processos da natureza, da sociedade e do pensamento.
Essa lei universal da dialética coroa o quadro geral do processo dialético de desenvolvimento do mundo objetivo, revela as fontes de todo desenvolvimento, as fontes da transformarão de todos os processos e fenômenos da realidade objetiva.
Na filosofia pré-marxista, o problema da contradição como fonte do movimento e da transformação foi analisado por Hegel. O camarada Stálin afirma:
"Caracterizando seu método dialético, Marx e Engels aludem frequentemente a Hegel como o filósofo que formulou as características fundamentais da dialética.”(6)
Isto diz respeito também ao problema das contradições. Entre a concepção marxista-leninista do desenvolvimento e a interpretação hegeliana das contradições existe, porém, assim como entre todo o método dialético marxista e a dialética de Hegel, uma diferença radical, uma oposição de princípios. A concepção marxista-leninista das contradições é materialista. Segundo essa concepção; o mundo objetivo, material, desenvolve-se e se transforma em consequência da luta entre os contrários. A luta entre os contrários verifica-se na natureza e na sociedade, e se reflete em nossas ideias e conceitos.
A concepção hegeliana das contradições é, porém, idealista. Hegel fala da dialética do autodesenvolvimento dos conceitos, dos pensamentos, da "ideia absoluta”, e não do mundo material, objetivo. Como afirma Lênin, Hegel apenas adivinhou a dialética das coisas na dialética dos conceitos, "limitou-se a adivinhar, e nada mais.”(7)
Hegel admitiu que a contradição é a fonte do desenvolvimento e da transformação e nisso está a "medula racional” de seu método. Mas, sendo idealista, considerava a lei da unidade e da luta entre os contrários, essa importantíssima lei da dialética, de maneira idealista. Segundo Hegel, a lógica precede a História, e a contradição não é a fonte do movimento da natureza e da História, mas do "pensamento puro”. Além disso, nem mesmo no desenvolvimento do pensamento Hegel coloca em primeiro plano a luta entre os contrários, mas sua reconciliação e unificação no nível superior do desenvolvimento.
Além disso, segundo Hegel, o processo dialético do desenvolvimento, a luta entre os contrários, tem lugar apenas no passado e não existe nos fenômenos do presente e do futuro.
O reconhecimento do desenvolvimento dialético da sociedade contemporânea devia levar Hegel ao reconhecimento da necessidade da transformação do regime social existente, da necessidade de que a filosofia continuasse a desenvolver-se. Hegel, porém, por força de suas concepções políticas conservadoras, visava à manutenção e eternização do regime social então existente na Alemanha. Pretendia, além disso, ter descoberto a verdade absoluta em última instância. Por isso, modificando seu próprio princípio de desenvolvimento, Hegel chegou à conclusão reacionária da conciliação dos contrários na sociedade, à idealizarão da monarquia prussiana e, no final das contas, procurou abolir metafisicamente todas as contradições da realidade de sua época.
A concepção marxista-leninista da luta entre os contrários distingue-se radicalmente da concepção idealista de Hegel.
A dialética materialista ensina que a luta entre os contrários é uma lei universal do desenvolvimento da natureza, da sociedade e do pensamento. Por força dessa lei desenvolvem-se e modificam-se a natureza e a sociedade, modifica-se a vida dos povos e também se desenvolve o pensamento humano. Pela primeira vez na história do desenvolvimento da dialética, Marx e Engels fundamentaram, de maneira científica e materialista, esse importante princípio da dialética e demonstraram que as contradições no mundo objetivo, material, são resolvidas por meio da luta e que essa luta leva à abolição do velho, do reacionário e à vitória do novo, do progressista. Marx e Engels aplicaram genialmente este grande princípio à História, à vida da sociedade humana. Descobriram as contradições que são a força motriz básica da história da humanidade, as contradições entre as forças produtivas e as relações de produção, as contradições entre os exploradores e os explorados. Marx e Engels estudaram e analisaram em todos os seus aspectos as contradições da última formação econômico-social antagônica, o capitalismo, e demonstraram a inevitabilidade do aguçamento dessas contradições e a impossibilidade de sua solução nos marcos do regime capitalista.
V. I. Lênin e J. V. Stálin continuaram e aprofundaram a análise marxista das contradições do capitalismo, de acordo com a nova situação e as novas tarefas do movimento revolucionário.
Como se sabe, a atividade dos fundadores do marxismo desenvolveu-se na época do capitalismo pré-monopolista. A época de Lênin e Stálin é uma nova época, a época do imperialismo e das revoluções proletárias, em que se aprofundam bruscamente todas as contradições básicas do capitalismo. Lênin estudou, de maneira profunda e ampla, as particularidades das contradições da época do imperialismo e das revoluções proletárias. Revelou e generalizou os tipos e formas mais característicos das contradições do imperialismo e estabeleceu as tarefas políticas e táticas concretas que o proletariado e seus aliados deviam enfrentar nas futuras batalhas.
A justa compreensão das contradições mais profundas e básicas foi, para o Partido bolchevique, a chave para a análise de todas as restantes contradições da época do imperialismo e das revoluções proletárias. A análise dialética das contradições básicas da nova época possibilitou a Lênin descobrir a lei do desenvolvimento econômico e político desigual dos países capitalistas na época do imperialismo e fundamentar cientificamente uma das mais importantes teses do leninismo — a possibilidade da vitória inicial do socialismo num único país, tomado isoladamente.
Aplicando genialmente a dialética à análise da vida social, o camarada Stálin continuou a análise leninista das contradições da época do imperialismo e dos meios revolucionários para sua solução. J. V. Stálin dedicou atenção particular ao estudo das contradições básicas do imperialismo — a contradição entre os proletários e os capitalistas, a contradição entre os países imperialistas, a contradição entre as colônias e as metrópoles.
Analisando o período da crise geral do capitalismo, o camarada Stálin demonstrou que o mundo dividiu-se em dois campos — de um lado, o campo anti-imperialista e democrático e, de outro lado, o campo do imperialismo e da guerra — fundamentou as leis do crescimento das forças da democracia e do socialismo e do enfraquecimento das forças da reação e do imperialismo e provou a inevitabilidade de que isso acontecesse.
O camarada Stálin criou a teoria do desenvolvimento da sociedade socialista e descobriu as novas leis dialéticas da época do socialismo. O camarada Stálin demonstrou que a lei da luta entre os contrários, inerente a todas as formações econômico-sociais, atua no socialismo de maneira diferente do que nas formações sociais antagônicas, que precederam o socialismo.
Ressaltando a necessidade de se abordar historicamente a análise do caráter das contradições, dividindo as contradições em antagônicas e não antagônicas, o camarada Stálin, pela primeira vez na literatura marxista, definiu o novo caráter das contradições na época der socialismo, esclarecendo que a superação dessas contradições só é possível por meio do desenvolvimento e do fortalecimento do regime socialista.
A luta entre os contrários abrange todos os fenômenos e processos de desenvolvimento da natureza e da sociedade.
A luta entre os contrários verifica-se tanto no macrocosmo como no microcosmo. O sistema solar é uma unidade complexa. Entre o Sol, como centro desse sistema, e todos os demais planetas verifica-se uma complexa ação recíproca, baseada na luta entre duas forças opostas: a força centrípeta de atração e a força centrífuga de repulsão. A luta entre essas forças opostas é uma das mais importantes leis de existência e de desenvolvimento do sistema solar.
A luta entre os contrários verifica-se também no microcosmo, no átomo, o qual é uma unidade de contrários — o núcleo positivo e os elétrons negativos.
A luta entre os contrários processa-se em qualquer organismo vivo — vegetal, animal e homem.
Engels afirma:
"A vida é o modo de existência dos corpos albuminoides, que têm por elemento essencial a troca permanente de substâncias com a natureza exterior que os cerca, sendo que com a cessação dessa troca de substâncias cessa também a vida, e a albumina entra em decomposição.”(8)
É por isso que, onde quer que encontremos um corpo albuminoide que não esteja em processo de decomposição, deparamos também, infalivelmente, com fenômenos de vida. Nenhum organismo vegetal ou animal pode viver sem essa ininterrupta ligação com o mundo material que o cerca. Como afirma Engels, a cessação do metabolismo provoca o colapso do organismo, a decomposição da albumina e, por conseguinte, transforma o vivo em morto.
O metabolismo é um elemento essencial e fundamental da vida. Sua essência reside na unidade entre dois processos: a assimilação, que é o processo de apropriação pelo organismo das substâncias procedentes do meio exterior e de elaboração, com essas substâncias, do corpo vivo; e a desassimilação, que é o processo de decomposição, na substância viva, das combinações orgânicas complexas em combinações mais simples, com a libertação da energia potencial oculta nas combinações orgânicas complexas.
Neste sentido é necessário frisar que os processos de assimilação e de desassimilação verificam-se no organismo de modo simultâneo e ininterrupto. Assimilando as substâncias que procedem do meio exterior, o organismo ao mesmo tempo as desassimila e a energia que se liberta durante essa ação é aproveitada novamente para a realização da assimilação.
O processo de assimilação e de desassimilação orgânica é o processo universal da vida, qualquer que seja a forma em que se manifeste. Em seu trabalho A Origem das Células a Partir da Substância Viva e o Papel da Substância Viva no Organismo, O. B. Lepechínskaia indica que na substância viva que não tem estrutura celular, "há albumina", que a substância viva "é apta à troca de substâncias'' e "manifestará sintomas de atividade vital, isto é, continuará, por um lado, sendo o que é, e ao mesmo tempo se transformará.”(9)
Lepechínskaia observa que na substância celular viva, assim como na célula, verifica-se um constante auto-renovamento e desenvolvimento. Assim, o processo de assimilação e de desassimilação é um complexo processo dialético, representando unia das numerosas variedades da lei universal da luta entre os contrários.
Uma das formas de manifestação da lei da luta entre os contrários é o processo natural de ação mútua entre a hereditariedade e a adaptação dos organismos.
Como se sabe, graças à hereditariedade, determinadas propriedades do organismo animal ou vegetal podem transmitir-se de espécie a espécie, de geração a geração, como, por exemplo, a resistência das sementes à seca, a oviparidade das aves, etc.
Graças, porém, à adaptação do organismo ao meio que o cerca, determinadas propriedades dos organismos podem modificar-se bruscamente e diferençar-se consideravelmente das que comumente caracterizam sua espécie.
Entre a hereditariedade e a adaptação existe uma conexão interna, uma indissolúvel unidade.
A biologia mitchuriniana demonstrou que a
"hereditariedade é o efeito da condensação das influências das condições do meio exterior, assimiladas pelos organismos numa série de gerações anteriores.”(10)
Por hereditariedade, a biologia mitchuriniana entende a propriedade do organismo de exigir determinadas condições ambientes para viver e desenvolver-se, e de reagir de maneira definida em relação a tais ou quais condições. Se determinadas condições não correspondem às exigências do organismo, deve ele, então, modificar-se, sob a influência das contradições que surgem entre o organismo e o meio. Se ele se modifica de acordo com as novas condições do meio, sua hereditariedade modifica-se e o organismo adapta-se, então, ao meio. Se, porém, o organismo não assimila as novas condições, perece. Assim, no processo de desenvolvimento do organismo manifesta-se a contradição entre a hereditariedade e a adaptação, contradição que Engels definiu como uma das principais contradições do processo evolutivo.
A luta entre os contrários, a contradição, é a força motriz do desenvolvimento, tanto da natureza como da sociedade. A história do desenvolvimento da sociedade é a história da substituição dos modos de produção, a história do desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção, a história da formação e da vitória das novas forças produtivas e das novas relações de produção que lhes correspondem é, por conseguinte, a história da luta das classes novas, que crescem e se desenvolvem, contra as velhas classes, as classes caducas que se retiram da arena da História.
Com exceção do regime da comunidade primitiva,
"a história de todas as sociedades que existiram até hoje — afirma-se no Manifesto do Partido Comunista — é a história da luta de classes.
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor feudal e servo, mestre-artesão e aprendiz, numa palavra, opressores e oprimidos têm vivido em constante oposição, têm travado uma luta ininterrupta, ora aberta, ora disfarçada, uma luta que sempre terminava pela transformação revolucionária da sociedade inteira ou pela ruína comum das classes em luta."(11)
Marx e Engels afirmam mais adiante:
"A sociedade burguesa moderna, edificada sobre as ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classe. Ela apenas estabeleceu novas classes, novas condições de opressão e novas formas de luta no lugar das antigas.”(12)
Marx e Engels demonstraram que a intransigente luta de classes do proletariado contra a burguesia, levada até a conquista, pelo proletariado, do domínio político na sociedade — a ditadura da classe operária — é a condição para a transformação da sociedade capitalista em socialista.
O novo regime social socialista na URSS surgiu e venceu como resultado da Grande Revolução Socialista de Outubro, como resultado da instauração da ditadura do proletariado, como resultado da consequente luta de classes do proletariado e do campesinato pobre contra todas as forças e tradições do capitalismo.
Nas condições atuais, a força motriz da História é a luta entre as forças anti-imperialistas, progressistas, as forças do socialismo e da democracia, de um lado, e, de outro lado, as forças da reação e do imperialismo. Essa luta, complexa e multiforme, abrange todos os processos econômicos, políticos e ideológicos da vida social. Dessa luta participam centenas de milhões de homens em todos os países e continentes. A vitória das forças progressistas, das forças da democracia e do socialismo, é inevitável. A garantia disto é que à frente das forças do progresso está a União Soviética, baluarte da paz e da democracia em todo o mundo.
O desenvolvimento através da luta entre os contrários é uma lei geral do desenvolvimento do mundo objetivo, uma lei do desenvolvimento da natureza, da sociedade e do pensamento.
Não se pode reduzir esta lei do desenvolvimento do mundo objetivo a uma soma de exemplos isolados. Lênin afirma que:
"a justeza desse aspecto da dialética deve ser verificada pela história das ciências."
V. I. Lênin escreve:
''Comumente (é o caso de Plekhânov) dá-se pouca atenção a esse aspecto da dialética; a identidade entre os contrários é considerada como um conjunto de exemplos (‘por exemplo o grão'; 'por exemplo, o comunismo primitivo'. O mesmo acontece com Engels. Mas isso é ‘para popularização'...), e não como lei do conhecimento (e lei do mundo objetivo).
Na matemática, o + e o —. Diferencial e integral.
Na mecânica, ação e reação.
Na física, eletricidade positiva e negativa.
Na química, associação e dissociação dos átomos.
Nas ciências sociais, luta de classes."(13)
Referindo-se à unidade entre os contrários e à sua penetração mútua, V. I. Lênin frisa ao mesmo tempo, com especial vigor, o caráter relativo dessa unidade e o caráter absoluto da luta entre os contrários.
Lênin escreve:
"A unidade (coincidência, identidade, equivalência) dos contrários é condicional, temporária, passageira e relativa. A luta entre contrários que se excluem mutuamente é absoluta, como é absoluto o desenvolvimento, o movimento.”(14)
Essa tese de Lênin sobre o caráter relativo da unidade entre os contrários e o caráter absoluto da luta entre eles é um importante princípio filosófico que tem grande significação para a compreensão da lei da luta entre os contrários. Consideremos, por exemplo, a sociedade capitalista. Vemos nela duas classes antagônicas — o proletariado e a burguesia — que travam violenta luta de classes, mas que, apesar disso, estão indissoluvelmente ligadas uma à outra, pela economia, numa sociedade única. O camarada Stálin ensina:
"Enquanto existir o capitalismo, os burgueses e os proletários estarão ligados entre si por todos os fios da economia, como partes da mesma sociedade capitalista. Os burgueses não podem viver e enriquecer sem terem à sua disposição operários assalariados; os proletários não podem continuar a existir sem se empregarem com os capitalistas.(15)
A luta entre os contrários, a luta entre o proletariado e a burguesia, sendo a força motriz do desenvolvimento social nas condições do capitalismo, é, contudo, absoluta, como são absolutos o movimento e o desenvolvimento da natureza e da sociedade.
Os clássicos do marxismo-leninismo lutaram tenazmente contra os "socialistas” pequeno-burgueses, contra os oportunistas e reformistas, contra todos aqueles a quem não agradava a ideia marxista da intransigente luta de classes do proletariado contra a burguesia. V. I. Lênin frisou por repetidas vezes que os mencheviques e outros social-reformistas não gostam de admitir o caráter absoluto da luta entre os contrários. Preferem ressaltar a unidade entre os contrários e não a luta entre eles. Essa filosofia fornece a "justificação teórica” para sua posição antimarxista na luta de classes. Essa filosofia lhes permite realizar uma política de conciliação, de dissimulação das contradições. Lênin desmascara com precisão a essência oportunista da concepções desse tipo.
Lênin escreve:
"Os democratas pequeno-burgueses caracterizam-se por sua repugnância à luta de classes, pelos sonhos de passar sem ela, pela tendência a harmonizar e conciliar, a embotar as extremidades aguçadas.”(16)
Por isso, também na teoria observa-se entre eles a complacência filisteia com relação à natureza e à História, a tendência a livrá-las das contradições e da luta.
Abordando de maneira metafísica a análise da revolução russa de 1905-1907, os mencheviques chegaram à conclusão oportunista de que, uma vez que a revolução na Rússia era uma revolução democrático-burguesa, a hegemonia nessa revolução devia caber, então, à burguesia. Essa conclusão foi uma traição ao marxismo revolucionário.
Os bolcheviques assumiram posição oposta. Abordando dialeticamente o problema, Lênin e Stálin demonstraram, de maneira irrefutável, que a força motriz básica da revolução era o proletariado, em aliança com o campesinato. A hegemonia da revolução — ensinavam Lênin e Stálin — devia caber ao proletariado e não à burguesia, porque a burguesia russa era contrarrevolucionária e visava a entrar em acordo com a autocracia, devendo por isso ser isolada e afastada da direção pelo movimento democrático e revolucionário.
Mas se isso é uma tese contraditória! — gritavam os mencheviques. Como é possível? A revolução é burguesa e a hegemonia cabe ao proletariado? Os bolcheviques respondiam: sim, é uma contradição, mas é uma contradição real. Expressa com acerto o caráter da revolução russa, a dialética de seu desenvolvimento.
A História confirmou esta tese dialética e materialista do bolchevismo e esfacelou as concepções metafísicas dos mencheviques.
Autênticos lacaios assalariados da burguesia imperialista, os socialistas de direita e os trabalhistas não suportam o princípio dialético que afirma o caráter absoluto da luta entre o proletariado e a burguesia. Os teóricos burgueses e socialistas de direita tentam sufocar a luta de classes entre o proletariado e a burguesia e afirmam que a base da sociedade burguesa não é a luta de classes e, sim, a paz entre as classes.
As manifestações políticas, as greves e os choques armados entre o proletariado e a burguesia refutam, a cada passo, as falsas afirmações dos socialistas de direita sobre a harmonia entre os interesses de classe e confirmam as teses leninistas sobre o caráter absoluto da luta entre os contrários, sobre a irreconciliabilidade entre as contradições de classe nas sociedades divididas em classes antagônicas.
Caracterizando a luta entre os contrários internos, entre as contradições internas, como fator determinante do processo de desenvolvimento, como condição decisiva de todo desenvolvimento e transformação dos objetos, fenômenos e processos, o método dialético marxista não rebaixa absolutamente o papel e a significação das contradições externas. As contradições externas, contradições entre o objeto ou fenômeno e as condições ambientes, embora não sejam determinantes, exercem certa influência, por vezes bastante considerável, sobre o desenvolvimento dos objetos e dos fenômenos.
A delimitação precisa entre as contradições externas e internas tem grande importância tanto para o conhecimento como para a atividade prática revolucionária.
O seguinte exemplo demonstra isso claramente.
Desenvolvendo a doutrina leninista da possibilidade da construção do socialismo num só país, o camarada Stálin caracterizou dois grupos de contradições: as contradições internas, que existiam entre o proletariado e o campesinato do país, e as contradições externas entre o país do socialismo e os países capitalistas.
Referindo-se ao problema das contradições internas, o camarada Stálin afirma que na época da ditadura do proletariado há todas as possibilidades para a superação das contradições internas, inerentes ao período de transição, e para a construção da sociedade socialista.
O camarada Stálin ensina que no período de transição do capitalismo ao socialismo dentro de nosso país havia forças e possibilidades tanto para a liquidação das contradições antagônicas entre as massas trabalhadoras da cidade e do campo e os elementos capitalistas, como para a superação das contradições não-antagônicas entre o proletariado e o campesinato. Desenvolvendo a teoria marxista-leninista a respeito dessa importante questão, o camarada Stálin vibrou tremendo golpe nos capitulacionistas trotskistas e bucarinistas e nos que se deixavam dominar pelo pânico, ao mesmo tempo que armou nosso povo com a certeza inabalável na vitória do socialismo.
Referindo-se ao problema das contradições externas, contradições entre o país do socialismo e o cerco capitalista, o camarada Stálin afirma que essas contradições
"consistem em que, enquanto houver o cerco capitalista, deverá haver também o perigo de intervenção por parte dos países capitalistas e, enquanto houver esse perigo, deverá haver também o perigo da restauração, o perigo do restabelecimento da ordem capitalista em nosso país."(17)
O camarada Stálin observou que:
"a total garantia contra a intervenção e, por conseguinte, a vitória definitiva do socialismo só é possível, em vista disso, em escala internacional, como resultado dos esforços conjugados dos proletários de uma série de países, nu melhor, como resultado da vitória dos proletários de alguns países.”(18)
O perigo da intervenção capitalista só desaparecerá após a abolição do imperialismo, após a vitória da revolução proletária nos países capitalistas mais importantes.
Assim, J. V. Stálin demonstrou que há diferença entre as contradições internas e externas, ressaltando que identificar as contradições internas e externas leva ao afastamento do leninismo, à traição ao leninismo.
"Quem confunde o primeiro grupo de contradições, inteiramente superáveis pelos esforços de um país, com o segundo grupo de contradições, que exige, para sua solução, os esforços dos proletários de alguns países, comete um grosseiro erro contra o leninismo; ou é um confusionista ou um oportunista incorrigível.”(19)— afirmou o camarada Stálin
A correlação entre os fatores internos e externos é determinada antes de tudo e principalmente pelas leis internas do desenvolvimento.
A URSS existe há mais de 30 anos. Durante esses anos o mundo capitalista tentou exercer pressão militar, econômica e política sobre nosso país com o objetivo de modificar o processo interno de desenvolvimento da sociedade socialista, de transformar nosso país num apêndice da economia capitalista. Todas as maquinações dos imperialistas e de seus agentes assalariados terminaram invariavelmente em fracasso, porém.
No período da guerra patriótica contra a Alemanha hitlerista, os intervencionistas imperialistas prejudicaram imensamente a economia nacional e causaram ao povo soviético muitas calamidades e sofrimentos. Ninguém conseguiu nem conseguirá jamais, porém, modificar o processo interno de desenvolvimento de nosso país no sentido do comunismo.
A tese do camarada Stálin sobre a ação recíproca entre as contradições internas e externas tem importante significação metodológica para todas as ciências. As contradições internas são as fundamentais, as contradições motrizes. As contradições internas são a fonte do desenvolvimento de determinado objeto ou fenômeno. As contradições externas, embora não possam modificar a lei geral dos processos internos do desenvolvimento das coisas, objetos e fenômenos, são fatores ativos que os influenciam. As contradições externas podem criar novas correlações entre as forças contraditórias internas, em conformidade com o tipo de desenvolvimento, o papel, o objetivo e o caráter dos fatores externos.
No estudo da vida social devemos distinguir dois tipos de contradições: as antagônicas e as não-antagônicas. Estas contradições diferenciam-se essencialmente uma da outra pelo seu caráter.
As contradições antagônicas são inerentes à sociedade dividida em classes hostis; crescem e se aprofundam continuamente, levando em última instância à explosão, à revolução. As contradições não-antagônicas, pelo contrário, são contradições que não têm por base classes hostis com irreconciliáveis interesses de classe. Por isso, se a principal particularidade das contradições antagônicas é a necessidade de sua solução violenta por meio da revolução, por meio da abolição da base que dá origem a essas contradições, já as contradições não-antagônicas não exigem esse método para sua solução. Podem ser resolvidas por outros recursos e meios.
A base econômica das contradições sociais antagônicas é a propriedade privada dos meios de produção e a exploração do homem pelo homem. A contradição fundamental do capitalismo — a contradição entre o trabalho e o capital — é uma contradição antagônica. Só se pode resolver essa contradição levando a luta de classes do proletariado à revolução socialista. O levante armado contra os capitalistas, a tomada pelo proletariado do poder estatal, a instauração da ditadura do proletariado, a liquidação da burguesia como classe, a construção do socialismo — esse o caminho para a solução das contradições antagônicas entre o proletariado e a burguesa. Após tomar o poder, o proletariado acaba com a propriedade privada dos meios de produção e com as classes exploradoras, abolindo assim a fonte de todos os antagonismos sociais.
Caracterizando as contradições antagônicas inerentes ao capitalismo e indicando que o capitalismo se enredou em contradições que não node resolver, o camarada Stálin afirma:
"Isto quer dizer que as relações de produção capitalistas deixaram de corresponder ao estado das forças produtivas da sociedade e entraram em irreconciliável contradição com elas.
Isto quer dizer que o capitalismo traz consigo a revolução, uma revolução que está destinada a substituir a atual propriedade capitalista dos meios de produção pela propriedade socialista.
Isto quer dizer que a característica fundamental do regime capitalista é a mais aguda luta de classes entre exploradores e explorados.”(20)
As contradições antagônicas manifestam-se também no domínio da ideologia. A ideologia burguesa e a ideologia socialista são irreconciliáveis. A ideologia burguesa reflete os interesses de um pequeno grupo de exploradores. A ideologia socialista expressa os interesses de centenas de milhões de trabalhadores.
A ideologia burguesa tem por objetivo manter e eternizar a exploração do homem pelo homem e a divisão da sociedade em exploradores e explorados. A ideologia socialista visa a abolir a exploração do homem pelo homem e a liquidar as diferenças de classes.
A ideologia burguesa visa a manter e consolidar o atual regime explorador — o capitalismo. A ideologia socialista arma as massas trabalhadoras na luta pela abolição do capitalismo e a construção do comunismo.
A ideologia burguesa é a ideologia do feroz nacionalismo e do ódio racial. A ideologia socialista é a ideologia da igualdade de direitos entre as raças e nacionalidades, a ideologia da amizade entre os povos.
São duas ideologias opostas que refletem dois mundos, dois sistemas — o obsoleto sistema do capitalismo e o sistema do socialismo, que se desenvolve e se fortalece continuamente.
Na sociedade dividida em classes as contradições antagônicas existem em todos os domínios da vida social — na economia, na política e na ideologia. Têm sua expressão no desenvolvimento de uma feroz luta de classes.
V. I. Lênin exigiu por mais de uma vez a revelação de todas as formas de antagonismo e de exploração existentes sob o capitalismo, de forma a ajudar o proletariado a resolvê-las por via revolucionária.
As contradições antagônicas são inerentes apenas à sociedade dividida em exploradores e explorados. V. I. Lênin afirma que não se pode considerar como idênticos o antagonismo e a contradição. Desmascarando as concepções antimarxistas do inimigo do povo Bukharin, Lênin afirma que o antagonismo e a contradição não são a mesma coisa e que no socialismo o primeiro desaparece e a segunda permanece.
Após a Grande Revolução Socialista de Outubro, no período de transição ao socialismo, ainda havia na URSS contradições antagônicas entre os trabalhadores e a burguesia, já derribada, mas ainda não liquidada. Só foi possível solucionar essas contradições por meio do esmagamento e da liquidação da burguesia da cidade e do campo.
No país dos Sovietes, as contradições antagônicas manifestavam-se e eram solucionadas em condições particulares, diferentes das que existem na sociedade exploradora. Se, no capitalismo, por exemplo, as contradições antagônicas existem em condições de domínio do velho sobre o novo, já na URSS a situação dominante cabia ao novo e não ao velho. Foi por isso que a superação das contradições antagônicas processou-se não por meio da liquidação das bases do regime existente, como acontece no capitalismo, mas, ao contrário, por me''o do fortalecimento e do desenvolvimento das bases do socialismo. A supressão das classes exploradoras e, inclusive, a liquidação da última classe exploradora — os culaques — não se realizou em nosso país em conflito com a política do poder soviético, mas, ao contrário, por iniciativa do poder soviético, com o apoio de baixo, das amplas massas dos trabalhadores.
A liquidação dos culaques como classe, na base da coletivização total, acabou dentro do país, com as últimas fontes de restauração do capitalismo. Criaram-se as condições decisivas indispensáveis à construção da economia nacional, de caráter socialista.
Caracterizando esta nova forma de superação das contradições, forma inerente apenas à época da construção do socialismo, o camarada Stálin observa que
"foi uma transformação revolucionária das mais profundas (...)” e que "a originalidade dessa revolução residiu em que foi realizada de cima, por iniciativa do poder estatal, apoiada diretamente de baixo, por milhões de camponeses que lutavam contra a escravidão exercida pelos culaques e em prol da vida colcosiana livre.”(21)
Elevando a nível superior a dialética marxista e enriquecendo-a com a nova experiência da construção do socialismo, o camarada Stálin revelou a diversidade dos meios para a liquidação das contradições, demonstrou que esses meios dependem diretamente do tipo de desenvolvimento, do caráter das contradições e das condições históricas concretas.
Na sociedade soviética, já no período de transição ao socialismo, atuavam, ao mesmo tempo que as contradições antagônicas, contradições novas, de caráter não-antagônico.
Exemplo desse tipo de contradições foram as contradições entre o proletariado e o campesinato. Por que eram não-antagônicas essas contradições? Porque, além das contradições, o proletariado e o campesinato tinham ainda interesses gerais comuns quanto aos problemas fundamentais do desenvolvimento social, interesses que suplantavam essas contradições e constituíam a base para a aliança entre os operários e os camponeses.
No período da construção do socialismo, a justa compreensão do caráter das diferentes contradições e dos meios para so1ucioná-las tem enorme importância política e prática. É sabido que os vis inimigos do socialismo — os trotskistas — defendiam a teoria contrarrevolucionária do caráter antagônico das contradições entre o proletariado e o campesinato. Desmascarando as considerações contrarrevolucionárias dos trotskistas, o camarada Stálin afirma que
"a política de desacordo com o camponês médio leva a atirar a maioria do campesinato nos braços dos culaques (...). Realizar uma política de dissenção com a maioria do campesinato significa desencadear a guerra civil no campo, dificultar o fornecimento à nossa indústria de matérias-primas agrícolas (algodão, beterraba, linho, couros, lã, etc.), desorganizar o suprimento de produtos agrícolas à classe operária, minar as próprias bases de nossa indústria leve, prejudicar todo o nosso trabalho de construção, prejudicar todo o nosso plano de industrialização do pais."(22)
A superação das contradições não-antagônicas entre a classe operária e o campesinato não se realizou em nosso país por meio da violência, mas pela reeducação, pelo rompimento com as velhas tradições, por meio do convencimento dos camponeses das vantagens do regime colcosiano. A classe operária, sob a direção do Partido de Lênin e Stálin, assegurou todas as condições para a passagem voluntária dos camponeses ao novo caminho, o caminho socialista, e ajudou as massas trabalhadoras do campo a realizar essa passagem.
Uma das contradições não-antagônicas do período de passagem do capitalismo ao socialismo foi a contradição entre o avançado regime social e estatal de nossa pátria e a atrasada técnica que existia no país nos primeiros anos do poder soviético.
Para a solução dessa contradição o Partido bolchevique, orientando-se pelas indicações do camarada Stálin, propôs ao povo soviético a tarefa de alcançar e ultrapassar tecnicamente os países capitalistas desenvolvidos e proporcionar, assim, uma técnica de vanguarda ao regime socialista avançado. Esta tarefa foi realizada em prazos históricos extremamente curtos.
Todavia, a utilização da técnica avançada e a industrialização socialista de nossa pátria verificaram-se num ambiente de intensa luta de classes contra os inimigos internos e externos, de modo que nesse período as contradições não-antagônicas ainda se entrelaçavam estreitamente com as contradições antagônicas.
Durante a construção do socialismo surgiu uma nova contradição que se expressou no atraso da pequena economia camponesa em relação à indústria socialista. A indústria, desenvolvendo-se segundo as leis da reprodução socialista ampliada, marchava a passos de gigante. A agricultura se atrasava cada vez mais em relação à indústria, porque a pequena economia camponesa não é capaz de desenvolver-se segundo as leis da reprodução ampliada. Nem sempre tem sequer a possibilidade de realizar a reprodução simples.
Caracterizando essa contradição, que surgira no processo da transformação socialista de nosso país, no processo da luta do novo contra o velho, o camarada Stálin afirmou em 1929:
"Poderemos conseguir que nossa indústria socialista avance mais depressa, a ritmo acelerado, dispondo-se de uma base agrícola como a pequena economia camponesa, incapaz de realizar reprodução ampliada e que é, além disso, a força predominante em nossa economia nacional? Não, não poderemos. Poderemos, porventura, num período mais ou menos longo. apoiar o poder soviético e a construção do socialismo em duas bases diferentes — a da grande indústria socialista unificada e a de uma pequena economia camponesa bastante dispersa e atrasada? Não, não poderemos."(23)
Orientando-se pelas sábias indicações do camarada Stálin, nosso Partido e o povo soviético venceram com êxito essa contradição. O Partido de Lênin e Stálin indicou o caminho socialista de desenvolvimento do campo — caminho que levou à unificação das pequenas economias camponesas em grandes economias coletivas, armadas com uma técnica e uma ciência agrícolas avançadas e que transformou os camponeses trabalhadores em participantes ativos da construção do socialismo. Definindo com acerto o caráter das contradições e apresentando os métodos justos para sua superação, o Partido Comunista realizou a política leninista-stalinista de industrialização do país e de coletivização da agricultura.
O modo de produção socialista, como demonstrou o camarada Stálin, caracteriza-se pela inteira correspondência entre as forças produtivas e as relações de produção, porque o caráter social do processo de produção é reforçado pela propriedade social dos meios de produção. As relações dos homens entre si no processo da produção não têm na sociedade socialista o caráter de relações antagônicas, mas de solidariedade; não de inimizade, mas de cooperação fraternal. O camarada Stálin afirma:
"A particularidade da sociedade soviética da época atual — particularidade que a distingue de qualquer sociedade capitalista — está em que nela não há mais classes antagônicas, classes hostis; as classes exploradoras foram liquidadas e os operários, os camponeses e os intelectuais, que constituem a sociedade soviética, vivem e trabalham de acordo com os princípios da cooperação fraternal.”(24)
O camarada Stálin demonstrou que na base dessa unidade se desenvolveram forças motrizes como a unidade moral e política da sociedade soviética, a amizade entre os povos da URSS e o patriotismo soviético.
Em tais condições, nas condições da unidade moral e política de todo o povo soviético, da amizade entre as nações socialistas, da cooperação fraternal entre os povos, não há e não pode haver lugar para contradições antagônicas. São inerentes à sociedade socialista as contradições não-antagônicas, que não são superadas pela violência, mas por meio da gradual atrofia dos elementos da velha qualidade. As contradições não-antagônicas não levam a explosões e são solucionadas no processo da atividade planificada e organizada dos trabalhadores, sob a direção do Estado socialista e do Partido Comunista.
A existência, na sociedade, de contradições antagônicas e não-antagônicas condiciona os diferentes meios de sua superação. A superação das contradições antagônicas só é possível por meio da abolição revolucionária da base desse antagonismo. A superação das contradições não-antagônicas, contrariamente, verifica-se no quadro da ordem social existente e serve de meio para seu fortalecimento posterior.
O caráter revolucionário do método dialético marxista manifesta-se no modo científico e materialista de orientar a descoberta das contradições básicas, na capacidade de encontrar os meios justos de sua superação.
Os fundadores do marxismo ensinam que não basta encontrar as contradições; é preciso esforçar-se por superá-las completamente para assegurar a possibilidade de ininterrupto movimento progressivo.
A luta entre os contrários é a luta entre os aspectos progressista e conservador do desenvolvimento, a luta entre o novo e o velho no objeto, fenômeno, processo, etc., é a luta entre o positivo e o negativo, entre o que nasce e o que morre; é a mais variada, ampla e multiforme das lutas, que assume diferentes aspectos e formas.
Como resultado da luta entre forças e tendências opostas, da luta entre classes antagônicas, da luta entre as diferentes ideias e concepções, são abolidas as velhas relações sociais e econômicas, desaparecem as velhas ideias e conceitos e criam-se outros, novos. A luta entre os contrários, a luta entre o novo e o velho, constitui a fonte, a força motriz do desenvolvimento progressivo da natureza, da sociedade e do pensamento.
A lei da luta entre os contrários, do desenvolvimento através das contradições, é uma lei universal, que atua também no socialismo. O camarada Stálin afirmou no XV Congresso do Partido:
"(...) temos aqui o passado, o presente e o futuro, temos contradições entre os mesmos e não podemos progredir tranquilamente embalados pelas ondas da vida. Nosso progresso verifica-se através da luta, através do desenvolvimento das contradições, da superação dessas contradições, da revelação e liquidação dessas contradições."(25)
"Em nosso país há sempre algo que morre. Aquilo que morre não quer morrer simplesmente, porém, e luta pela sua existência, defende sua causa obsoleta.
Em nosso país surge sempre algo novo na vida. Aquilo que nasce não nasce simplesmente, porém, mas vocifera e grita, defendendo seu direito à existência.
A luta entre o velho e o novo, entre o que morre e o que nasce, é a base de nosso desenvolvimento.”(26)
A sociedade socialista saiu da sociedade capitalista e, por conseguinte, não pode deixar de haver nela traços, restos, sobrevivências do velho, da sociedade capitalista. É por isso que, no socialismo, existem contradições entre os novos princípios, as atividades, as ideias, as tarefas socialistas e as sobrevivências do capitalismo na consciência dos homens. Daí a necessidade histórica da abolição das nódoas inatas do capitalismo, da luta consequente contra os diferentes gêneros de influência da burguesia: o cosmopolitismo burguês, o nacionalismo, etc.
Nesse sentido é necessário observar que a superação das contradições na sociedade socialista processa-se organizadamente. O grande partido de Lênin e Stálin, e o Estado soviético são a força dirigente e orientadora da luta do povo soviético contra todas as sobrevivências e restos do velho. O Partido Comunista da União Soviética e o Estado soviético contribuem ativamente para o crescimento do novo e sua vitória, contribuem ativamente para a abolição do velho, do reacionário.
Como resultado da vitória do socialismo na URSS surgiram novas leis dialéticas de desenvolvimento da sociedade soviética, leis específicas à formação econômico-social socialista. Essas leis foram generalizadas teoricamente, pela primeira vez, nos trabalhos do camarada Stálin.
O camarada Stálin descobriu uma nova lei dialética do desenvolvimento da sociedade soviética, lei que é a força motriz do desenvolvimento progressivo do inferior ao superior nas condições do socialismo e do comunismo: a crítica e a autocrítica. O camarada Stálin afirma que a crítica e a autocrítica são uma das forças decisivas no desenvolvimento da sociedade soviética.
No artigo Contra o Rebaixamento da Palavra de Ordem de Autocrítica, o camarada Stálin escreve que
"o princípio da autocrítica remonta aos primórdios do bolchevismo em nosso país, aos dias que se seguiram imediatamente a seu nascimento como corrente revolucionária independente no movimento operário."(27)
A atividade do Partido em relação à crítica e à autocrítica, arma invencível e de ação permanente do arsenal do bolchevismo, decorre da própria natureza do Partido Comunista, de seu espírito revolucionário, de seus objetivos finais, dos caminhos e meios de luta que utiliza, de sua intransigência para com todo conservantismo, rotina, estagnação e inércia.
Os partidos socialistas de direita do Ocidente, que se denominam "operários” e "socialistas”, não passam, na realidade, de partidos burgueses. A natureza burguesa desses partidos, do Partido Trabalhista da Inglaterra, do Partido Socialista francês, etc., exclui a possibilidade da aplicação por eles do método que é peculiar aos autênticos partidos operários, o método da crítica e da autocrítica revolucionárias. Por isso, nesses partidos não há nem pode haver crítica e autocrítica. A crítica e a autocrítica a partir da base são fenômenos estranhos a esses partidos, porque eles, como agentes da burguesia no movimento operário, esforçam-se por ocultar suas concepções burguesas e dissimular o caráter real de sua política interna e internacional. Na realidade, tais partidos são defensores dos interesses do capital monopolista, dos interesses dos imperialistas. Neles, a crítica e a autocrítica são severamente perseguidas e banidas. Qualquer tentativa dos membros de base do Partido Trabalhista da Inglaterra ou do Partido Socialista francês de criticar a política interna e externa seguida pelos líderes desses partidos é sufocada por esses mesmos líderes e as pessoas que criticam são expulsas das fileiras do partido. A burguesia e os partidos burgueses — afirma o camarada Stálin — não suportam a crítica e a autocrítica, ocultam a verdade aos membros de base do Partido, ao povo, porque
"basta que admitam uma autocrítica algo séria, uma crítica algo livre de suas próprias deficiências para que não reste pedra sobre pedra do regime burguês.”(28)
O Partido bolchevique, o Partido de Lênin e Stálin, é o partido mais avançado e revolucionário do mundo. O Partido Comunista é o destacamento de vanguarda dos trabalhadores em sua luta pelo fortalecimento e desenvolvimento da sociedade socialista, pela construção do comunismo. Por isso, a crítica e a autocrítica, a capacidade de descobrir e corrigir com determinação as próprias deficiências e erros no interesse da luta revolucionária vitoriosa e da construção com êxito do comunismo é uma das características básicas do método do leninismo. O camarada Stálin ensina que
"a palavra de ordem de autocrítica é a base de nossa ação partidária, um meio de fortalecimento da ditadura do proletariado, a alma do método bolchevique de educação dos quadros."(29)
No artigo Contra o Rebaixamento da Palavra de Ordem de Autocrítica, o camarada Stálin observa que a autocrítica bolchevique tem por objetivo o desenvolvimento do espírito de Partido, a consolidação do poder soviético e a melhoria do trabalho de construção do socialismo, a educação dos quadros e o fortalecimento da disciplina nó trabalho. A crítica e a autocrítica põem a nu os elementos negativos, as lacunas e deficiências, o caduco, tudo aquilo que freia o movimento progressivo da sociedade soviética.
O camarada Stálin nos ensina a distinguir com precisão a autocrítica bolchevique da crítica estranha e hostil. Se a crítica bolchevique tem por objetivo implantar o espírito de partido, fortalecer a causa do socialismo, educar os quadros no espírito das grandes ideias do comunismo, já a crítica hostil tem por objetivo quebrantar o espírito de partido, solapar o poder soviético, enfraquecer o grandioso trabalho de luta pelo comunismo e desarmar ideologicamente os quadros construtores do comunismo.
O camarada Stálin escreve em carta a Chatunovski:
"Criticai, por favor, mas criticai do ponto de vista de Lênin, e só desse ponto de vista, se quiserdes que vossa crítica seja produtiva.”(30)
Em sua carta a Demian Biedni, o camarada Stálin demonstra, com exemplos tirados de algumas obras do mesmo, a que leva o esquecimento dos princípios bolcheviques sobre a crítica. Demian Biedni esqueceu-se ou não compreendeu as exigências da crítica e da autocrítica bolcheviques e não soube utilizar essa afiada arma para o fortalecimento do poder soviético.
O camarada Stálin revela a causa desse fenômeno:
"(...) a critica das deficiências da vida, dos hábitos e dos costumes da URSS, crítica obrigatória e necessária, e que a princípio desenvolvestes de maneira bastante precisa e hábil, empolgou-vos além da medida e, então, começou a transformar-se, em vossas obras, em calúnia contra a URSS, contra seu passado e contra seu presente.”(31)
O camarada Stálin afirma que Demian Biedni não compreendeu o grande sentimento de orgulho nacional e revolucionário dos operários russos e, em algumas de suas obras, perdeu-se no caminho da acusação infundada contra todo o passado histórico do povo russo. Condenando severamente esses elementos antipatrióticos na obra de Demian Biedni, o camarada Stálin afirma que
"ao lado da Rússia reacionária existia também a Rússia revolucionária, a Rússia dos Radistchev e Tchernitchévski, dos Jeliaboc e Uliânov, dos Khalturin e Alexéiev. Tudo isso despertava (e não podia deixar de fazê-lo!) nos corações dos operários russos o sentimento do orgulho nacional e revolucionário, capaz de mover montanhas, de fazer milagres.”(32)
Estabelecendo uma diferença fundamental entre a crítica e a autocrítica bolcheviques, de um lado, e a crítica estranha e hostil e as diferentes deturpações da crítica e da autocrítica, de outro lado, o camarada Stálin esclarece profundamente o papel produtivo da crítica e da autocrítica no desenvolvimento da sociedade socialista.
O camarada Stálin ensina que
"não ressaltando e não revelando de maneira franca e honesta, como convêm a bolcheviques, as falhas e os erros em nosso trabalho, barramos a estrada ao nosso progresso. Nós queremos progredir, porém — afirma o camarada Stálin. — E justamente porque queremos progredir, devemos estabelecer como uma das nossas mais importantes tarefas a autocrítica honesta e revolucionária. Sem isso não há progresso. Sem isso não há desenvolvimento.”(33)
Esse papel profundamente produtivo da crítica e da autocrítica decorre do fato de que, nas condições do socialismo, a crítica e a autocrítica são a forma de solução das contradições entre o novo e o velho. A crítica e a autocrítica surgiram no Partido Comunista nas condições do capitalismo, e serviam então à luta de classes, porque, sob o capitalismo, a luta de classes é o único meio de solucionar as contradições da sociedade. Já nas condições do socialismo vitorioso, a crítica e a autocrítica tornam-se um meio de solucionar as contradições do desenvolvimento social. A significação das teses do camarada Stálin sobre a crítica e a autocrítica como força motriz do desenvolvimento de nossa sociedade e como nova lei dialética da filosofia marxista-leninista foi demonstrada por A. A. Jdânov em sua intervenção nos debates sobre a filosofia. A. A. Jdânov afirma:
"Em nossa sociedade soviética, onde foram liquidadas as classes antagônicas, a luta entre o velho e o novo e, por conseguinte, o desenvolvimento do inferior ao superior, não se verifica sob a forma de luta entre classes antagônicas, de cataclismos, como acontece no regime capitalista, mas sob a forma de crítica e de autocrítica, que são uma autêntica força motriz de nosso desenvolvimento, um poderoso instrumento nas mãos do Partido. Trata-se, indubitavelmente, de um novo tipo de movimento, de um novo tipo de desenvolvimento, de uma nova lei dialética.”(34)
A crítica e a autocrítica formam no homem soviético a atitude socialista em relação a seus deveres, reforçam o sentimento de responsabilidade para com o Partido, o Estado e o povo no setor de atividade que incumbe a cada qual. A crítica e a autocrítica desenvolvem a iniciativa dos construtores da sociedade comunista e elevam a vigilância em relação aos fenômenos estranhos e hostis à sociedade soviética, tanto no terreno da teoria como no da prática; desenvolvem uma elevada fidelidade aos princípios e o espírito de Partido na solução de todos os problemas.
A crítica e a autocrítica são poderoso meio de desenvolvimento da iniciativa criadora e do entusiasmo das massas laboriosas no trabalho, são condição necessária do desenvolvimento fecundo da ciência soviética. O camarada Stálin ensina que
"nenhuma ciência pode desenvolver-se e florescer sem luta de opiniões, sem liberdade de crítica."(35)
Grande exemplo da crítica bolchevique, científica, é o trabalho do camarada Stálin O Marxismo e os Problemas de Linguística. Neste trabalho o camarada Stálin afirma que uma das causas decisivas da estagnação da linguística era o regime de Araktchêev instaurado pelos adeptos de Marr, e a ausência de qualquer crítica e autocrítica científica. O camarada Stálin escreve:
"(...) nas instituições de linguística, tanto no Centro como nas Republicas, reinava um regime incompatível com a ciência e os homens de ciência. A menor crítica sobre situação na linguística soviética e mesmo as mais tímidas tentativas de criticar a pretensa ‘nova doutrina' em linguística eram perseguidas e sufocadas por parte dos círculos dirigentes da linguística."(36)
A liquidação dessa situação anormal era a condição primordial para o desenvolvimento da linguística soviética. O genial trabalho do camarada Stálin O Marxismo e os Problemas de Linguística representou papel histórico também no sentido de que forneceu um modelo para a educação dos sábios soviéticos no espírito da atitude criadora em relação à ciência, no espírito da crítica e da autocrítica bolcheviques.
O Partido bolchevique e seu chefe, o camarada Stálin, ensinam que sem crítica e autocrítica é impossível o progresso em qualquer setor da atividade econômica e cultural. Nisto reside a importância da crítica e da autocrítica como lei dialética do desenvolvimento da sociedade soviética, como nova forma de superação das contradições, forma de luta do novo contra o velho.
Uma das variedades da luta entre os contrários, manifestação e expressão da universalidade dessa lei da dialética, é a luta entre o conteúdo e a forma.
Todos os objetos, fenômenos e processos possuem conteúdo e forma. Não há nem pode haver uma coisa, objeto ou fenômeno da natureza ou da vida social que não tenha forma e conteúdo. Quaisquer que sejam os objetos e fenômenos que consideremos, sempre deparamos, de uma ou de outra maneira, com seu conteúdo e sua forma.
A determinado conteúdo concreto corresponde sempre uma forma concreta, historicamente constituída. Não há conteúdo em geral, mas somente o conteúdo concreto de determinados objetos, fenômenos, processos, etc. Não há forma em geral, mas somente a forma concreta de determinado conteúdo concreto. Cada conteúdo reveste uma forma típica particular. O novo conteúdo, recém-surgido, às vezes reveste temporariamente a velha forma, mas tarde ou cedo o novo conteúdo cria para si uma forma também nova.
Pondo em destaque a unidade existente entre a forma e o conteúdo, o materialismo dialético não estabelece, porém, um sinal de igualdade entre os mesmos. A dialética marxista afirma a primazia do conteúdo em relação à forma. O camarada Stálin escreve no trabalho Anarquismo ou Socialismo?.
"(...) No processo do desenvolvimento, o conteúdo precede à forma, a forma se atrasa em relação ao conteúdo."(37)
A modificarão do objeto ou do fenômeno sempre começa com a modificarão, com o decenvo1v:mento do conteúdo. Com a transformação do conteúdo transforma-se também a forma. Por conseguinte, na contraditória ação recíproca entre o conteúdo e a forma o papel principal cabe ao conteúdo e não à forma.
A solução dialético-materialista do problema da primazia do conteúdo sobre a forma, sobre o papel ativo da forma, tem imensa significação para o estado dos fenômenos da natureza e da sociedade e para agir sobre eles.
Nos trabalhos dos clássicos do marxismo encontramos numerosos exemplos que revelam que, ao solucionar numa situação histórica concreta os complexos problemas da vida e da luta da classe operária e de seu partido, é necessário operar-se dialeticamente com as categorias, forma e conteúdo, ressaltando-se a maior importância do conteúdo. Assim, por exemplo, no VI Congresso do Partido, fundamentando a necessidade da retirada temporária da palavra de ordem "Todo o poder aos Sovietes!” em virtude de os Sovietes, dirigidos na ocasião pelos mencheviques e social-revolucionários, se terem passado para o campo da burguesia, o camarada Stálin ressaltou que, naquele momento essa palavra de ordem devia ser retirada porque se é verdade que
"os Sovietes são a forma mais adequada de organização da luta da classe operária pelo poder , "não é a forma de organização da instituição revolucionária, que leva a lançar uma palavra de ordem, mas o conteúdo que constitui a carne e o sangue dessa instituição.”(38)
Esclarecendo seu pensamento, o camarada Stálin afirma que os bolcheviques deviam, antes de tudo,
"apontar o conteúdo de classe, deviam esforçar-se por conseguir que as massas também distingam a forma do conteúdo.”
A questão da forma, por mais essencial que seja, nunca deve encobrir o problema básico:
"que classe deve tomar o poder nas mãos.’’(39)
Em 1933, advertindo sobre o perigo de utilizarão dos colcoses pelos elementos hostis, o camarada Stálin lembrou novamente o papel determinante do conteúdo, a dependência da forma em relarão a este ou aquele conteúdo. O camarada Stálin afirmou:
"Tanto os colcoses como os Sovietes são uma grandiosa conquista de nossa revolução, uma grandiosa conquista da classe operária. Mas os colcoses e os Sovietes são apenas a forma de organização socialista, é certo, mas sempre forma de organização. Tudo depende do conteúdo que for dado a esta forma.”(40)
O camarada Stálin observa que os colcoses, como forma socialista de organizarão da economia, poderiam fazer milagres na construção econômicca se à sua frente estivessem autênticos revolucionários, se à sua frente estivessem os bolcheviques. E, ao contrário, poderiam transformar-se, em determinado período, em cobertura para todo gênero de ações contrarrevolucionárias, se fossem dirigidos por elementos antissoviéticos.
Assinalando o primado do conteúdo sobre a forma, o materialismo dialético frisa, ao mesmo tempo, a ação reversa da forma sobre o conteúdo.
Depois de surgir, a forma pode adquirir e, em regra geral, adquire uma relativa independência em seu desenvolvimento, o que, por sua vez, lhe permite influenciar o desenvolvimento do conteúdo.
Uma vez que a forma é ativa e influencia o desenvolvimento do conteúdo, para os marxistas-leninistas é, portanto, extremamente importante examinar as diferentes formas e o caráter de seu desenvolvimento.
Em seu trabalho A Doença Infantil do "Esquerdismo” no Comunismo, Lênin fornece um brilhante exemplo de como se deve abordar dialeticamente o problema das formas de luta da classe operária.
Lênin afirma que os líderes da II Internacional — Kautsky, Otto Bauer e outros — sendo metafísicos, só se apoiavam nas velhas formas do movimento operário e não notavam que as velhas formas estavam cheias de um conteúdo novo, anti-proletário e reacionário. Por outro lado, os doutrinários de "esquerda” apoiavam-se na negação absoluta das velhas formas, sem ver que o novo conteúdo abria caminho através de todas e quaisquer formas.
Lênin ensina que a classe revolucionária deve dominar todas as formas da atividade social, deve estar preparada para a mais rápida e decisiva mudança de uma forma de luta para outra. É dever de todos os comunistas dominar todas as formas de luta que contribuem para a vitória da revolução proletária, aprender a completar, com a máxima rapidez, uma forma com outra, substituir uma por outra, adaptar sua tática a qualquer mudança de forma, mudança determinada pelas condições objetivas da luta das massas trabalhadoras contra o imperialismo. Lênin ressalta, nesse sentido, que o trabalho dos comunistas
"tem um conteúdo tão sólido, tão vigoroso e poderoso (em prol do poder soviético, em prol da ditadura do proletariado), que pode e deve manifestar-se em qualquer forma, tanto nova como velha, pode e deve reviver, vencer, subordinar a si todas as formas, não só as novas, mas também as velhas, não para conformar-se com as velhas formas, mas para saber tornar todas e quaisquer formas, as novas e as velhas, instrumento da vitória total e definitiva, decisiva e irrevogável, do comunismo.”(41)
Nos trabalhos de Lênin e Stálin está fundamentada de maneira científica e materialista a unidade dialética entre o conteúdo e a forma, a prioridade do conteúdo e o papel ativo da forma no desenvolvimento da vida social. A forma pode contribuir ativamente para o desenvolvimento do conteúdo. Diz-se, então, que há determinada correspondência entre o conteúdo e a forma. A forma pode atrasar-se em relação ao conteúdo e retardar seu desenvolvimento. Em tais casos a forma não corresponde ao conteúdo, torna-se um freio ao seu desenvolvimento. Essa falta de correspondência entre a forma e o conteúdo leva inevitavelmente ao conflito, à criação de uma nova forma que corresponda ao novo conteúdo.
Quando e em que casos ocorre conflito entre a forma e o conteúdo, e de que tipo é ele?
Na filosofia anterior a Marx, inclusive na de Hegel, falava-se habitualmente do conflito entre a forma e o conteúdo em geral. Os filósofos do período anterior a Marx não compreendiam que é necessário considerar determinada forma e determinado conteúdo. Na realidade, vemos que o conteúdo já formado ultrapassa a velha forma e que a forma se atrasa em relação ao conteúdo. Por isso,
"o conflito existe não entre o conteúdo e a forma em geral, mas entre a velha forma e o novo conteúdo (...)” (Stálin).
Na literatura filosófica anterior a Marx o conflito entre a forma e o conteúdo era resolvido por meio da conciliação das contradições entre os mesmos, enquanto o materialismo dialético demonstrou que o confuto entre a forma e o conteúdo é resolvido pela luta entre a velha forma e o novo conteúdo, que no processo de desenvolvimento verifica-se
"a abolição da forma e a transformação do conteúdo." (Lênin).
O camarada Stálin foi o primeiro, na literatura marxista, a esclarecer a questão da possibilidade de correspondência total entre a forma e o conteúdo. Se o conteúdo é avançado, progressista, e se a forma expressa com acerto determinado conteúdo concreto e, em seu desenvolvimento, modifica-se em conjunto e de acordo com ele, essa forma pode corresponder inteiramente a seu conteúdo. Um exemplo frisante que ilustra essa tese é a correspondência total existente na URSS entre as forças produtivas — o conteúdo — e as relações de produção — a forma. A forma corresponde inteiramente a seu conteúdo. Nesse sentido é tal a dialética da ação recíproca entre as forças produtivas do socialismo e as relações de produção que a forma, as relações de produção, são um fator que contribui para o desenvolvimento do conteúdo, as forças produtivas, isto é, é uma forma que se aperfeiçoa constantemente em conjunto com o desenvolvimento e a transformação de seu conteúdo.
São essas as variadas e dialéticas relações mútuas entre a forma e o conteúdo.
O genial trabalho do camarada Stálin Sobre o Materialismo Dialético e o Materialismo Histórico é um notável modelo de combinação entre as teses teóricas gerais do materialismo dialético e histórico e as conclusões revolucionárias práticas que decorrem dessas teses. Em suas clássicas definições das características básicas do método dialético marxista, particularmente da lei do desenvolvimento através da luta entre os contrários, o camarada Stálin revela a ligação interna entre as teses teóricas do marxismo-leninismo e as tarefas práticas que se apresentam ao Partido Comunista, à classe operária e a toda a humanidade progressista.
O camarada Stálin escreve:
"Se o processo de desenvolvimento é um processo de revelação das contradições internas, um processo de choques entre forças contrapostas, base dessas contradições, choques que têm por fim superá-las, é evidente que a luta de classes do proletariado e um fenômeno perfeitamente natural e inevitável.
Isto quer dizer que não devemos dissimular as contradições do regime capitalista, mas revelá-las e aprofundá-las, que não devemos amainar a luta de classes, mas levá-la até o fim.
Isto quer dizer que em política, para não nos enganarmos, é preciso realizar uma política proletária, de classe, intransigente, e não uma política reformista, de harmonia entre os interesses do proletariado e os da burguesia, uma política conciliadora de ‘integração’ do capitalismo no socialismo."(42)
A história do desenvolvimento do movimento revolucionário do proletariado, a história da luta do partido de Lênin e Stálin pela derribada do capitalismo, pela instauração da ditadura do proletariado e a construção do socialismo nos apresenta numerosos exemplos que revelam a imensa significação prática da lei dialética da luta entre os contrários na vida social.
Aplicando praticamente a lei da luta entre os contrários, V. I. Lênin e J. V. Stálin descobriram a essência dos fenômenos sociais mais contraditórios, das mais complexas situações históricas concretas e sempre encontraram a solução revolucionária, a única justa e consequente.
Aplicando praticamente essa lei da dialética marxista, que é universal e a mais profunda das leis, V. I. Lênin e J. V. Stálin estabeleceram que na luta entre duas classes opostas e antagônicas — o proletariado e a burguesia — o maior perigo reside na política conciliadora dos reformistas e dos oportunistas, porque a política de conciliação entre o proletariado e a burguesia, a política reformista, quer se apresente de forma franca ou dissimulada, é uma política de traição aos interesses da classe operária, é uma política de defesa e de salvaguarda do regime capitalista.
O camarada Stálin ensina que sem derrotar os partidos conciliadores que atuam nas fileiras da classe operária e que empurram as camadas atrasadas da classe operária para os braços da burguesia é impossível a vitória da revolução proletária e a construção do socialismo.
O Partido da classe operária não pode exercer o papel de organizador e dirigente da revolução proletária, o papel de construtor da nova sociedade, a socialista, sem uma luta intransigente contra os oportunistas, contra os diferentes grupos capitulacionistas em suas fileiras, sem a liquidação desses grupos.
A história do desenvolvimento do partido de Lênin e Stálin, bem como a história do desenvolvimento dos Partidos Comunistas nos países de democracia popular demonstram que os diferentes grupos oportunistas dentro do Partido, lutando contra os princípios marxistas-leninistas do Partido, lutando contra o Partido, terminam como os representantes dos partidos pequeno-burgueses e se transformam em espiões, sabotadores, assassinos, diversionistas e traidores da pátria.
Assim aconteceu com os mencheviques, os social-revolucionários, os trotskistas, os bucarinistas e os nacionalistas burgueses em nosso país.
Os insignificantes grupelhos de traidores da classe operária nos Partidos Comunistas da Bulgária, Hungria, Tchecoslováquia, Polônia e outros países transformaram-se também em agentes dos serviços de espionagem americanos e ingleses.
A experiência dos Partidos Comunistas e Operários de todos os países ensina que a intransigente política de classe do proletariado e a luta implacável contra o reformismo e o oportunismo são uma lei do desenvolvimento do movimento revolucionário.
A grande lei da dialética marxista, habilmente aplicada na atividade prática, serve aos Partidos Comunistas de todos os países como aguda arma em sua luta contra a burguesia e seus agentes.
Se o método dialético marxista ensina que a fonte e a força motriz do desenvolvimento progressivo é a luta entre o novo e o velho, então dessa tese teórica da dialética marxista tira-se a importante conclusão prática de que a luta entre o novo e o velho é uma das variadas formas de manifestação da luta entre os contrários, e de que a luta entre ambos leva, finalmente, à vitória do novo sobre o velho. Por conseguinte, para não nos enganarmos na política e na ciência, é necessário que nos orientemos no sentido do novo, do progressista, no sentido do que cresce e se desenvolve, embora inicialmente ainda não seja grande seu peso específico. É necessário analisar o presente do ponto de vista de seu futuro desenvolvimento, porque
"a única coisa insuperável é o que nasce e se desenvolve."(43)
A doutrina marxista-leninista do desenvolvimento como luta entre os contrários arma ideologicamente os trabalhadores e os explorados de todo o mundo, ilumina para centenas de milhões de homens o caminho pelo qual podem libertar-se da escravidão capitalista, o caminho para a vitória da autêntica democracia e do socialismo, para a instauração da paz entre os povos.
Dominando com mestria a poderosa arma de conhecimento e de transformação da realidade, a dialética marxista, e aguçando constantemente essa arma, o Partido de Lênin e Stálin leva vitoriosamente o povo soviético para o comunismo. O Partido bolchevique educa os homens soviéticos no espírito da valentia e da certeza na vitória do comunismo, educa nos homens soviéticos a aptidão e a habilidade para superar quaisquer dificuldades e quaisquer obstáculos que se apresentem em seu caminho. Mobilizando os cidadãos soviéticos para a superação do velho e para o desenvolvimento do novo, o Partido de Lênin e Stálin reforça a unidade e o caráter monolítico da sociedade socialista e fortalece o poderio do Estado soviético, invencível baluarte do socialismo e da democracia, baluarte da paz em todo o mundo.
Notas de rodapé:
(1) V. I. Lênin — Cadernos Filosóficos, ed. russa, 1947, pág. 328. (retornar ao texto)
(2) V. I. Lênin — Cadernos Filosóficos, ed. russa, 1947, pág. 327. (retornar ao texto)
(3) Ibid., pág. 328. (retornar ao texto)
(4) Ibid., pág. 237. (retornar ao texto)
(5) J. V. Stálin — Questões do Leninismo, 11ª ed. russa, pág. 539; ver História do P.C. (b) da URSS, 2ª ed. bras., Ed. Horizonte, Rio, 1947, pág. 45. (retornar ao texto)
(6) J. V. Stálin — Questões do Leninismo, 11ª ed. russa, pág. 535; ver História do P.C. (b) da URSS, 2ª ed. bras., Ed. Horizonte, Rio, 1947, pág. 44. (retornar ao texto)
(7) V. I. Lênin — Cadernos Filosóficos, ed. russa, 1947, pág. 169. (retornar ao texto)
(8) F. Engels — Dialética da Natureza, ed. russa, 1552, pág. 244. (retornar ao texto)
(9) O. B. Lepechínskaia — A Origem das Células a Partir da substancia Viva e o Papel da Substância Viva no Organismo, ed. russa da Academia de Ciências Médicas da URSS, 1950, pág. 180. (retornar ao texto)
(10) T. D. Lissenko — Agrobiologia. 4.ª ed. russa, 1948, pág. 635. (retornar ao texto)
(11) K. Marx e F. Engels —Manifesto do Partido Comunista, ed. russa, E.P.E., 1952, pag. 32; ver ed. bras., Ed. Vitória, Rio, 1954, pág. 21. (retornar ao texto)
(12) Ibid., pág. 33; ibid., pág. 22. (retornar ao texto)
(13) V. I. Lênin — Cadernos Filosóficos, ed. russa, 1947, pág. 327. (retornar ao texto)
(14) Ibid., pág. 328. (retornar ao texto)
(15) J. V. Stálin — O Marxismo e os Problemas de Linguística, ed. russa, 1952, pág. 19; ver revista Problemas, n.º 28, pág. 45. (retornar ao texto)
(16) V. I. Lênin — OBRAS, 4ª ed. russa, t. XXX, pág. 88. (retornar ao texto)
(17) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. VII, pág. 118; revista Problemas, no 34, pág. 69. (retornar ao texto)
(18) Ibid. (retornar ao texto)
(19) Ibid., pág. 119., pág. 70. (retornar ao texto)
(20) J. V. Stálin — Questões do Leninismo, 11ª ed. russa, págs. 537-558; ver História do P.C. (b) da URSS, 2ª ed. bras., Ed. Horizonte, Rio, 1947, pág. 52. (retornar ao texto)
(21) Compêndio de História do P.C. (b) da URSS, ed. russa, págs. 291-292; História do P.C. (b) da URSS, 2ª ed. bras., Ed. Horizonte, Rio, 1947, pág. 122. (retornar ao texto)
(22) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. X, págs. 258-259. (retornar ao texto)
(23) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. XII, pág. 145. (retornar ao texto)
(24) J. V. Stálin — Questões do Leninismo, 11ª ed. russa, pág. 145. (retornar ao texto)
(25) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. X, págs. 330-331. (retornar ao texto)
(26) Ibid., pág. 331. (retornar ao texto)
(27) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. XI, pág. 127. (retornar ao texto)
(28) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. VII, pág. 122. (retornar ao texto)
(29) Id., t. XI, pág. 114. (retornar ao texto)
(30) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. XIII, pág. 18. (retornar ao texto)
(31) Ibid., pág. 24. (retornar ao texto)
(32) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. XIII, pág. 25. (retornar ao texto)
(33) Id., t. X, pág. 331. (retornar ao texto)
(34) A. A. Jdânov — Intervenção no Debate Sobre o Livro de G. F. Alexândrov — «História da Filosofia da Europa Ocidental», ed. russa, 1952. pág. 40, ver revista Problemas, n.º 7. (retornar ao texto)
(35) J. V. Stálin — O Marxismo e os Problemas de Linguística, ed. russa, 1952, pág. 31; ver revista Problemas, n.º 28, pág. 51. (retornar ao texto)
(36) J. V. Stálin — O Marxismo e os Problemas de Linguística, ed. russa, 1952, pág. 31; ver revista Problemas, n.º 28, pág. 51. (retornar ao texto)
(37) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. I, pág. 317; ver ed. bra., Ed. Vitória, Rio, 1952, pág. 286. (retornar ao texto)
(38) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. I, pág. 317; ver ed. bra., Ed. Vitória, Rio, 1952, pág. 180. (retornar ao texto)
(39) Ibid., pág. 181; ibid., 183. (retornar ao texto)
(40) Id., t. XIII, pág. 226. (retornar ao texto)
(41) V. I. Lênin — OBRAS, 4ª ed. russa, t. XXXI, pág. 83. (retornar ao texto)
(42) J. V. Stálin — Questões do Leninismo, 11ª ed. russa, págs. 541; ver História do P.C. (b) da URSS, 2ª ed. bras., Ed. Horizonte, Rio, 1947, pág. 46. (retornar ao texto)
(43) J. V. Stálin — Questões do Leninismo, 11ª ed. russa, págs. 537; ver História do P.C. (b) da URSS, 2ª ed. bras., Ed. Horizonte, Rio, 1947, pág. 44. (retornar ao texto)
Inclusão | 04/03/2015 |