
(1869-1948): mais conhecido popularmente por Mahatma Gandhi ("Mahatma", do sânscrito "A Grande Alma") foi um dos idealizadores e fundadores do moderno estado indiano e um influente defensor do Satyagraha. Mas esta visão limitada ignora a luta de classes e a importância dos motins insurrecionais às quais ele se opôs na independência indiana. A liderança ideológica de Gandhi muitas vezes agiu como um freio à iniciativa popular e à militância de base. Ele defenderia as demandas dos camponeses e os organizaria, desde que fossem pacíficos, respeitosos com os proprietários de terras e aceitassem suas táticas. Quando eles tiveram a ousadia de exigir o confisco da propriedade privada, Gandhi os considerou indisciplinados, ingratos e indignos de seu apoio. A campanha da “não cooperação” de 1920-22 promoveu um boicote em massa aos produtos britânicos. Em seu rastro, o valor das importações de tecidos estrangeiros quase caiu pela metade entre 1920-1921 e 1921-1922. Os Indianos organizaram 396 greves em 1921, envolvendo 600.000 trabalhadores além de um êxodo de alunos de escolas e faculdades.
Sobre a filosofia de Gandhi, assim se expressou Gramsci: "Que muitos homens que se creem civilizados sejam dominados por poucos homens considerados menos civilizados, mas materialmente invencíveis — eis o que determina a relação cristianismo primitivo—gandhismo. A consciência da impotência material de uma grande massa contra poucos opressores leva à exaltação dos valores puramente espirituais etc., à passividade, à não resistência, à cooperação, que, no entanto, constitui efetivamente uma resistência diluída e penosa, o colchão contra a bala de revólver." in Gramsci - Cadernos do Cárcere, volume 5.