Amílcar Cabral
A arma da teoria

Carlos Comitini

1980


Fonte: Editora Codecri, Rio de Janeiro, 1980

Transcrição: Sofia Cazel

HTML: Fernando Araújo.


Sumário

capa

Cap. I - Amilcar Cabral e sua obra

Cap. II - O testamento político de Amílcar Cabral

Cap. III - Assassinato de Amílcar Cabral

Cap. IV - A arma da teoria (Amílcar Cabral)

Cap. V - A cultura nacional (Amílcar Cabral)

Bibliografia

DA ORELHA DO LIVRO

Um Homem-Povo não morre jamais porque constitui uma unidade indestrutível. Abel Djassi (nome de Amílcar Cabral na clandestinidade) era um Homem-Povo. Os colonialistas assassinaram o Homem mas o Povo da Guiné-Bissau continuou em luta e alcançou o seu mais nobre objetivo: a Independência Nacional da Guiné-Bissau.

Amílcar-Homem, filho, irmão, esposo, pai, engenheiro-agrônomo; Amílcar-Povo, poeta, combatente, máximo dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, um dos pais da Pátria Africana. Amílcar Cabral, revolucionário.

O primeiro artigo desta obra reproduz o discurso pronunciado por Amílcar, em nome dos povos e organizações nacionalistas das ex-colônias portuguesas na África, na I Conferência de Solidariedade dos Povos da África, Ásia e América Latina (A Tricontinental de Havana, Cuba), durante a sessão plenária de 6 de janeiro de 1966. As linhas mestras do pensamento do autor estão contidas nesse célebre discurso: domínio imperialista, história e força motriz da história, alavanca social da luta de libertação.

Em A Cultura Nacional, conferência na Universidade de Syracusa, Estados Unidos, em 20 de fevereiro de 1970 primeiro aniversário do assassinato do Presidente da Frente de Libertação de Moçambique (F RE LIMO) Dr. Eduardo Mondlane] Amílcar perguntava: "A mais brilhante manifestação de civilização e cultura não será a dada por um povo que pega em armas para defender a sua pátria, o seu direito à vida, ao progresso, ao trabalho e à felicidade?"

Colonialistas nada entendem de liberdade. Em 20 de janeiro de 1973, eliminaram o Homem, mas no Povo permanecerão gravadas eternamente suas últimas palavras proferidas quando da comemoração desse Ano Novo:

"Mas perdem o seu tempo e fazem perder em vão e sem glória as vidas dos jovens portugueses que mandam para a guerra. Cometerão ainda mais crimes contra as nossas populações, farão ainda muitas tentativas e manobras para tentarem destruir o nosso Partido e a luta. Farão certamente ainda vários atos de agressão desavergonhada contra os países vizinhos. Mas tudo em vão. Porque nenhum crime, nenhuma força, nenhuma manobra ou demagogia dos criminosos agressores colonialistas portugueses será capaz de parar a marcha da História, a marcha irreversível do nosso povo Africano da Guiné e Cabo Verde para a Independência, a paz e o progresso verdadeiro a que tem direito."


Inclusão: 08/05/2020