MIA> Biblioteca> Fredy Perlman > Novidades
Fonte: https://libcom.org/
Transcrição e HTML: Fernando Araújo.
Alguns dos fatores que limitam o campo de debates de um curso introdutório sobre instituições sociais são: as políticas educacionais da universidade, a flexibilidade dada aos professores, e os compromissos políticos e sociais dos professores.
Uma universidade pública é mantida por uma comunidade, particularmente por membros política e economicamente poderosos da comunidade. Espera-se, em troca, que a universidade apoie a comunidade. Esse serviço pode ser assegurado pela aderência das demandas dos principais patrocinadores da universidade. Em uma sociedade tecnologicamente avançada, essas demandas tendem a ser variadas e contraditórias, mas um sumário geral pode contudo ser tentado. Desde que mudanças tecnológicas são uma condição para sobrevivência econômica, e a estabilidade política é uma condição para a sobrevivência social dos patrocinadores da universidade, a universidade irá provavelmente esperar implementar nos seus estudantes uma aproximação crítica, inovativa para o mundo físico, e uma aproximação apologética, adaptacionista para o universo social
Para executar esse serviço à comunidade, a universidade deve implementar esses objetivos diretamente informando seus professores da aproximação desejada, ou prescrevendo uma série de livros que o professor deve seguir. Infelizmente tal implementação direta de seus objetivos ameaça o objetivo igualmente importante da universidade de manter uma atmosfera intelectual favorável para o espírito de inovação.Assim para cumprir ambas as facetas desse serviço, a universidade deve encontrar expediente para encontrar alguma medida de flexibilidade para todos os professores, cabendo aos professores de ciências sociais para implementar as políticas universitárias voluntariamente.
Em um contexto onde uma medida relativamente larga de flexibilidade é, professores com diferentes compromissos sociais e políticos irão chegar a diferentes conclusões sobre as responsabilidades em relação à comunidade. Como um resultado, o conjunto abordagens podem ser to de tentativas será provavelmente maior do que se a universidade prescrevesse tal abordagem. Três abordagens podem ser distintas em termos de sua relação com os requisitos da comunidade:
A abordagem tradicionalista é requerida em um contexto feudal.O professor é contratado para prover ao filho do nobre as habilidades intelectuais da nobreza.Elaborado para uma classe ociosa, essa educação supria métodos intelectualmente satisfatórios de gastar o tempo.O objetivo não era treinar o estudante para mudar seu ambiente: o trabalho era uma atividade para as classes ociosas.O objetivo era prover objetos de reflexão e contemplação; apenas tais objetos poderiam aprofundar a compreensão dos nobres.O tipo de conhecimento mais nobre, mais elevado era bom em si mesmo, ou seja, ele não providenciava a seu possessor uma competência em qualquer tipo de atividade social.
A aproximação tradicionalista não corresponde às necessidades mais importantes da sociedade empresarial.Que ela continue a existir é em parte devido a inercia, e parcialmente pelo fato de que os setores elevados da classe empresarial tem muitos dos atributos da nobreza extinta.
A abordagem adaptacionista das instituições sociais responde diretamente as necessidades da sociedade empresarial.Muito mais prático que o tradicionalista, o adaptacionista prepara o estudante para um papel ativo na sociedade empresarial.Talvez o objetivo mais importante dessa educação seja treinar os administradores, gerentes, relações públicas, sociólogos e vários outros experts exigidos pelas decisões crescentemente complexas de uma sociedade industrial.
A aproximação adaptacionista não é de nenhuma forma fácil: ele deve incutir nos estudantes um desejo de quebrar as barreiras físicas e ao mesmo tempo tolher seu desejo de romper com barreiras institucionais.Em outras palavras, o adaptacionista deve aplicar um padrão duplo para o qual a atitude revolucionária do inovador deve ser restrita aos domínios da tecnologia e organização industrial, enquanto uma atitude apologista deve ser prescrita nos domínios da organização social.A tarefa é complicada pelo fato de que alguns estudantes iram se apropriar da atitude de um domínio em outro: eles irão aplicar as ferramentas do inovador aos limites que eles percebem em seu ambiente institucional.Se ele permite essa atitude se desenvolver, o adaptacionista trai sua responsabilidade com a comunidade.Ele deve guiar tal dessatisfação intelectual em canais que são inofensivos para o ajuste institucional predominante - se possível para canais que são úteis a isso. Vários métodos podem ser usados para alcançar isso. O estudante muito entusiasmado pode ser levado a estudos teóricos que lidam abstratamente com detalhes insignificantes do sistema predominante e que suprem o estudante com lentes analíticas que não podem ser focadas nos problemas que despertaram seus interesses teóricos.
Se esse método falha, um método mais direto deve ser aplicado: método de pressão moral. Entretanto, desde que o aluno insatisfeito é precisamente aquele menos movido por exortações morais recheadas pela linguagem arcaica da religião, ela deve ser efetuada na linguagem da ciência.A nova linguagem é criada definindo o tratamento abstrato de insignificâncias como a aplicação do método científico nas ciências sociais; ao definir o sistema de arranjo institucional como democracia; ao definir a posse de uma classe sobre as plantas produtivas como livre empreendimento.Em termos dessas definições, as preocupações recorrentes do estudante com os limites de sua própria situação indica claramente seu fracasso em entender o método científico; se ele tenta generalizar sua situação em uma crítica dos arranjos institucionais predominantes, suas conclusões podem ser facilmente mostradas como um método perverso (nominalmente não-científico) como também seu conteúdo (nominalmente, anti-democrático)
Em uma ambiente acadêmico que nominalmente encoraja flexibilidade de abordagens, a crítica dos modelos institucionais predominantes tendem a emergir entre os membros do corpo professoral.A abordagem crítica surge a despeito das necessidades claramente definidas da comunidade, e sua aparência frustra os esforços dos tradicionalistas e adaptacionistas.
Embora o aparecimento seja devido a uma variedade de fatores sociais e psicológicos, talvez o principal fator responsável para sua aparência seja a educação universal.Em uma sociedade que pratica algum grau de educação universal, é provavelmente inevitável que alguns representantes das classes baixas cheguem até a universidade não apenas como estudantes mas como professores.Muitas dessas pessoas podem ser ensinadas a esquecer das limitações da situação do qual eles se originaram; um simples cálculo de suas vantagens pecuniárias podem ajudá-los a adaptar suas abordagens para os requerimentos do sistema predominante.Entretanto, algumas dessas pessoas irão continuar a pesar as possibilidades materiais da sociedade contra as vantagens desfrutadas e restritas para a população de baixo.Embora eles mesmos um produto de abordagens tradicionalistas ou adaptacionistas, um tour de force possibilita a essas pessoas moldar essas abordagens para seus próprios requerimentos.
Para um intelecto criticamente disposto, o catálogo das Grandes Ideias exibido pelo tradicionalista representa uma enciclopédia de crítica social; o dicionário dos Grandes Pensadores representa uma combinação de modelos de ação.Para um intelecto criticamente disposto, a abordagem de apologia adaptacionista aparecerá como inconsistente com a abordagem revolucionária ao fenômeno físico.O crítico irá querer se aproximar de questões sociais com o espírito inovativo do cientista natural.
Ao se aproximar dos arranjos institucionais predominantes com o iconoclasmo e irreverência do inovador, o crítico verá sua sala de aula por uma ênfase que irá na contramão dos requerimentos da comunidade.Em tempos de crise ele pode é claro ser impedido de chegar a sala de aula, já que em termos de definições do sistema predominante ele pode ser visto ao mesmo tempo como cientificamente incompetente e politicamente desorientado.Infelizmente esse método de exclusão não pode ser mantido como uma característica permanente do sistema educacional devido o perigo de que suas consequências negativas irão prevalecer sobre seus resultados positivos: as forças que removem o espírito inovador indesejado do domínio social tenderão a remover o espírito inovativo desejado do ambiente físico.Assim em tempos relativamente normais a aproximação crítica irá provavelmente encontrar seu caminho na sala de aula e irá dar a alguns estudantes as ferramentas intelectuais com o qual eles podem generalizar e agir sobre os limites de seu meio.
Eu propus explorar uma abordagem para estudar as instituições sociais que é relevante para um público socialmente heterogêneo e consistente com os princípios da educação geral.Três abordagens foram brevemente examinadas.Eu irei sugerir que a abordagem tradicionalista não pode ser relevante para um público socialmente heterogêneo, e assim mal colocada em uma sociedade que pratica alguma medida de educação universal, enquanto que a abordagem adaptacionista é inconsistente com os princípios de uma educação geral.Finalmente será sugerido que a abordagem crítica, embora antagonista para os requerimentos da estrutura institucional predominante, é dirigida para um público socialmente heterogêneo, e é consistente com os requisitos de uma entidade mais larga que a comunidade empresarial.
A aproximação tradicionalista lida com Valores Culturais com o qual uma classe ociosa pode consumir seu tempo.A prática da educação universal introduz membros de uma população de classes baixas na sala de aula.Os beneficiários ociosos do aparato produtivo tendem a ser em número reduzido; a maioria dos estudantes são os futuros operadores do sistema produtivo, e algumas vezes suas engrenagens.Assim a leitura das Grandes Ideias elaborada para familiarizar a classe ociosa com os valores culturais apropriados é dirigido para uma minoria pequena, ou mesmo inexistente.A leitura pode inspirar alguns estudantes de classes baixas a chegar a conclusões a despeito do desdém do professor pela base, ação prática.(deve ser apontada que uma resposta ocorre na sociedade aristocrática também; alguns dos jovens nobres não são moldados pelo desinteresse do tutor, mas pelo envolvimento social dos filósofos e poetas que eles estudaram.
Muitas tendem a ser indiferentes para os valores de uma classe extinta, e essa indiferença pode facilmente ser convertida a hostilidade.O tradicionalista interpreta essa hostilidade como uma “revolta das massas”.Essas massas de indivíduos produtivos não são membros da classe ociosa seja por origem ou por destinação; eles não sentem a necessidade de adquirir as facilidades culturais da classe ociosa; eles ressentem serem ensinados que a contemplação é uma atividade mais elevada que ação.O tradicionalista pode ainda provocar alguns estudantes para rejeitar não apenas sua abordagem, mas também o inteiro corpo de materiais para o qual ele aplica essa abordagem.
A abordagem do adaptacionista é elaborada para um público heterogêneo, desde que o objetivo é treinar profissionais para cada setor do aparato corporativo: o executivo, o administrador, o vendedor, o advogado - o que Paul Baran chamou de “trabalhadores intelectuais” necessários para operar a sociedade corporativa.O objetivo adaptacionista é treinar especialista que são bem ajustados para os arranjos institucionais predominantes e que limitam seu interesse analítico para o propósito específico para o qual são treinados.
O trabalhador intelectual deve ser instruído que qualquer um que foca sua atenção nos limites de instituições sociais tem um profundo problema pessoal, e que qualquer abordagem crítica dos arranjos institucionais predominantes são uma “ideologia”. Desde que “ideologia” foi encerrada no trabalhador intelectual, seu treinamento não permite a ele se concentrar na racionalidade do todo, mas apenas na racionalidade do objetivo particular para o qual ele foi encarregado.Assim seu conhecimento pode ser considerado essencialmente burocrático na medida que isso implementa a seus praticantes uma incapacidade treinada de controlar as consequências de suas ações: microracionalidade é assim pratica em um contexto de macroinsanidade.
Apesar do fato de que o adaptacionista é eminentemente adaptado para as necessidades da comunidade empresarial, sua abordagem é inconsistente com uma educação que demanda um relacionamento direto entre a atividade intelectual e os problemas da vida.A água jamais teria se convertido na força de uma máquina a vapor para uso humano se o cientista natural começasse sua análise aceitando a imutabilidade de substâncias criadas por Deus e considerando a sua transformação para uso humano como magia negra inspirada por Satã.Entretanto o adaptacionista tenta aceitar a imutabilidade da propriedade privada das capacidades industriais e considerando a transformação da riqueza mundial como uma ideologia inspirada por magia negra.
O adaptacionista abstrai o interesse do estudante para longe dos problemas reais em um domínio “objetivo” onde as possibilidades e limitações do sistema social são relegados a margem ou desaparecem tão efetivamente como a lua desaparece se vista através de um microscópio.Assim ele mata a habilidade do estudante para lidar com as raízes do seu problema original e, em termos da demanda por uma educação geral, ele empobrece o estudante.
Tudo isso não desacredita a abordagem adaptacionista, desde que ele é bem ajustada para as necessidades da comunidade industrial. Entretanto, quando os aspectos distintamente apologistas dessa abordagem são examinados, se revelará que os serviços adaptacionistas são uma benção parcial mesmo para a comunidade empresarial.
Devido a um mecanismo observado por Veblen, o apologista de uma classe tende a ser conservador que a classe que ele procura conservar.Isso acontece porque leva tempo para o intelecto humano formular uma defesa explícita de um estrato social, e leva ainda mais tempo para organizar um curso acadêmico no qual essa defesa pode ser entregue.No meio tempo, entretanto, as instituições predominantes e as classes dominantes são transformadas em uma sociedade caracterizada pela mudança.Como resultado, a defesa do status quo tende a ser uma apologia de um status quo anterior.
Essa apologia para arranjos arcaicos não é sempre do interesse do stratum dominante, especialmente os recém chegados, desde que a apologia sugere que uma condição abençoada foi atingida antes deste chegarem.Tal ensino também tende a ser irresponsável em termos da necessidade de estabilidade social, desde que ele implementa num poderoso setor da classe dominante uma versão arcaica, falsa de sua posição na estrutura social: equipados com essa imagem, essas pessoas podem provocar histeria, e eles podem recorrer a instrumentos de violência para recorrer à “perda” de posições que eles não mais mantém.
A abordagem crítica, diferente da tradicionalista, não é dirigida a elite cultura.A análise de instituições sociais em termos dos interesses que elas servem clarificam a situação existencial de cada stratum representado no corpo estudantil.Assim a abordagem crítica é dirigida a um público socialmente heterogêneo.E diferente do adaptacionista, o crítico visa não ajustar a população de classes baixas para os arranjos institucionais predominantes, mas ajustar instituições em relação aos problemas dessa população de classes baixas.Essa abordagem não foca nos requerimentos do sistema predominante, mas nos requerimentos de seres humanos.
Desde que o foco não é um trabalho particular mas o sistema social como um todo, a abordagem crítica não pode tratar especializações como fins em si mesmo, mas simplesmente como meios de compreender o todo.A relevância dos meios depende da eficácia em servir seu propósito.A eficácia das especialidades não pode ser testado no domínio objetivo da abstração; ela deve ser testada no calor do conflito social.O crítico não se retira dos problemas calorosos, carregados de valor da vida social para a segurança da especulação abstrata.Ele começa sua análise onde o calor é mais intenso, e no lugar de se retirar, ele avança em abordagem ao coração do fogo.Este é o lugar onde ele testa a eficácia de seus instrumentos, desde que uma bagagem excessiva irá rapidamente virar fumaça.
Assim, diferente das duas outras abordagens, a abordagem crítica é consiste com um público heterogêneo e com os princípios da educação geral.Ironicamente, devido aos fatores tratados anteriores, essa abordagem não pode ser a abordagem predominante mesmo na educação geral de uma universidade pública, e em alguns casos ela pode ser mesmo ausente de tal programa.O crítico prepara o campo para os arranjos institucionais que surgirão amanhã, mas as instituições de amanhã não podem apoiar a universidade de hoje.A universidade de hoje é apoiada pelos interesses da comunidade de hoje, e essa comunidade não suporta forças que irão substitui-las mas aquelas que irão mantê-la.A análise crítica das instituições sociais dominantes representa uma traição a estas instituições, e o analista crítico encontra a si próprio na estranha posição de morder a mão que o alimenta.
Antes de elaborar os objetivos e métodos da crítica com maior profundidade, eu tentarei mostrar que a ausência, mesmo uma raridade, dessa abordagem em uma universidade pública nesse período não é necessariamente o mais vantajoso para qualquer um.Se os interesses da humanidade viva é tomado em foco, pode ser observado que a geração presente confronta-se com problemas como a sobrevivência, o bem estar, e o desenvolvimento cultural de pessoas.
Do ponto de vista destes interesses, essa geração deve ser equipada com os instrumentos efetivos para aniquilar establishments da guerra nuclear, para industrializar zonas famintas, para aplicar melhorias materiais para propósitos significativos.
A ausência de pensamento relevante e ação efetiva pode levar a um beco sem saída final consistindo de destruição de larga escala, fome e desumanização.Embora o tratamento efetivo desses problemas é inimigo em alguma extensão dos interesses imediatos da comunidade empresarial americana, no longo prazo mesmo essa comunidade se beneficiará de um salto para o beco sem saída do que um salto para dentro dele. Isso porque o último equilíbrio atingido pela comunidade empresarial deixou pouco espaço para o cálculo de ganhos futuros: a detonação de um dispositivo nuclear não irá poupar o detonador, e a transferência de riqueza dos famintos para os afluentes atingiu o ponto de tolerância.
Assim, mesmo a comunidade empresarial está se tornando atenta de que transformações maiores não está muito longe.A principal questão é se essas transformações tomarão forma de respostas cegas a formas incontroláveis ou respostas inteligentes para formas pensadas por analistas críticos.
Em função da relevância de uma abordagem crítica, algumas das facetas podem ser examinados, especialmente o público para o qual isso é dirigido, os objetivos que ele espera atingir, e os métodos pelo qual eles podem tornar os objetivos significativos para público.
Em vista da relevância da abordagem crítica, algumas das suas facetas podem ser examinadas, especialmente o público para o qual isso é endereçado, os objetivos que ela visa alcançar, e os métodos pelo qual ele pode tornar seus objetivos significativos para público.
O corpo de estudantes socialmente heterogêneos de uma universidade moderna não representa uma comunidade de interesses similares.DO ponto de vista de uma abordagem crítica, a diferença primária entre os estudantes não são diferenças em talento.Essas diferenças existiriam mesmo em situações sociais onde todos estudantes fossem recrutados do mesmo stratum social.As diferenças introduzidas pela educação universal são de “origem” social, nominalmente a strata da qual os estudantes se originam.
Devido a educação universal disseminada, uma minoria diminuta surge do stratum mais elevado, a classe ociosa, da sociedade corporativa.E mesmo essa minoria diminuta tende a restringir a si mesmo a lugares de aprendizado superior, assim evitando contato com as massas da universidade pública.
Mas a despeito de sua insignificância numérica, os filhos e filhas das melhores famílias exercem uma influência de longe muito maior que sua representação. Veblen observou que seu estilo de vida providencia um modelo de uma vida universitária bem sucedida; a validade da observação de Veblen não diminuiu com o tempo.Os clãs tribais, ou fraternidades, com sua cerimônia e ritual intrincados.As proezas e destrezas do caçador predador executadas simbolicamente em eventos de esportes regulares, são aclamadas como ainda mais importantes para as pessoas de altos círculos que a leitura de livros.Mesmo na área da leitura de livros, muito esforço ainda é devotado para preparar os membros da classe ociosa para gastar seu tempo ocioso em meios convencionalmente aceitáveis dessa classe, nominalmente a aquisição de conhecimento puro que não tem nenhum propósito oculto, nenhuma aplicação prática.
A grande influência da classe ociosa com uma representação pequena é devido provavelmente a imitação da parte de outras classes.A maior parte dos estudantes de uma universidade pública não são membros de uma classe ociosa em termos de suas condições materiais e não serão membros em seu trabalho.Eles são contudo membros da classe ociosa em termos de sua identidade, nominalmente suas aspirações e ideais.Para essas pessoas, o stratum elevado provê um modelo de ser humano.Se o modelo não pode ser atingido materialmente, ele pode ao menos ser atingido através de sua linguagem, rituais e suas ideias.
Assim fraternidades e eventos esportivos, instituições típicas da classe ociosa, são prontamente aceitas por membros das classes produtivas que não possuem tempo para essa prática no campus, e que não terão tempo para isso após deixá-lo.Por essa razão, uma vez que eles se ajustam ao trabalho rotineiro da sociedade empresarial, essas pessoas tendem a olhar sua carreira universitária como o ponto máximo de suas vidas: os anos de campus representam um período no qual eles hedonisticamente experimentaram um status social mais elevados do que eles eram hábeis para conseguir depois.
Um terceiro grupo de estudantes não participa da diversão da vida universitária.Esse grupo é caracterizado pela aceitação desamparada de seu lugar em uma dada estrutura institucional.Para essas pessoas a educação não é um grande esporte mas uma questão séria.Eles aplicam a si mesmos a suas especializações como se eles já houvessem iniciado seus trabalhos.Essas pessoas são realistas pecuniárias: elas sabem que educação é um investimento o qual, quando tratado propriamente leva a retornos elevados.Eles também são realistas sociais:eles sabem que para eles o strata elevado da sociedade corporativa é inacessível, e eles ajustam sua vista em alvos visíveis.Para eles, educação é um treinamento para o trabalho.Eles se ressentem sendo sobrecarregados com conhecimento que não será diretamente aplicável a seus empregos.Adaptados a seu ambiente social por um cursinho pré-universitário, eles estão prontos para ser ajustados no lugar certo com um pagamento certo na hierarquia social cujo propósito geral é definido por aqueles no topo.
Para ser relevante a esse público, a abordagem crítica deve inventar métodos que levam em conta a mudança de composição do corpo estudantil também como a situação existencial do estudante individualmente.Não é propósito do artigo advogar um método particular, mas meramente sugerir, em termos geral e com tipos ideais, que é possível inventar um método o qual, que levando em conta a situação inicial do estudante, desperta uma resposta crítica em abordagem às instituições predominantes, e criar um interesse ativo nas possibilidades e limitações do ambiente estudantil
Uma abordagem crítica de instituições sociais não irá apelar imediatamente para o estudante que ajusta seu comportamento e ideias em termos dos padrões das classes elevadas.Pressão social, hábito e um código moral ensinou esse estudante que “as coisas estão certas como são.”Assim ele responde apologeticamente para um arranjo institucional que ele não criou, que ele não dirige, e cujos beneficiários ele não compõe.Essa resposta habitualmente apologética, essa identificação com o stratum que ele nunca alcançará, previne-o de definir objetivos pessoais que seus modelos não possuem, e assim o preveni-o de interpretar o arranjo institucional predominante como uma limitação a seu desenvolvimento posterior.
Se a educação não provê o estudante com modelos vitais de comportamento, sua carreira universitária meramente reforça sua postura inicial ao dar a ele um gosto hedonístico de prazeres elevados.Entretanto com tato e compreensão, essa identificação inicial do estudante com a classe ociosa pode ser posta para um bom uso.Se ele possui inteligência mediana, o estudante provavelmente terá o desejo de se tornar familiar com o aparatus cultural da classe ociosa, e coisas que “qualquer pessoa com cultura deve saber”.Assim, ele é propenso a ser atraído pela abordagem tradicionalista .Essa orientação pode ser convertida em uma vantagem, pois o conteúdo da educação tradicionalista consiste em um amálgama de ferramentas para análise crítica.Nas mãos de críticos sociais, esses materiais intelectuais cessam de ser estímulo para reflexão e se tornam métodos valiosos para compreender o ambiente social.É precisamente a orientação inicial do estudante que permite o professor crítico colocar o estudante em contato com esse material.Isso deve ser feito de um modo que não chateie as susceptibilidades apologéticas do estudante.
O fim último é claro transferir as lealdades do estudante, mas esse fim pode apenas ser alcançado em etapas pequenas.Por exemplo, o primeiro contato do estudante com Platão ou mesmo Tomas More pode tomar lugar de uma forma bem amigável: eles foram, afinal, Grandes Homens que qualquer Pessoa com Cultura deve estar familiar.O estudante pode ainda devotar algum de seu tempo livro na contemplação da profundidade de sua herança clássica e humanista.
Entretanto num segundo encontro o estudante terá outras ideias; ele aprenderá que os grandes homens eram homens eminentemente orientados para a vida: eles eram críticos sociais.Sua hesitação será breve.Sua confiança vai retornar; ele aprenderá rapidamente que os grandes homens mortos eram críticos de instituições que não existem mais.Ele pode ainda considerar gratificante identificar-se com a postura crítica dos grandes homens, desde que as instituições criticadas são de qualquer forma alheias ao estudante.Em outras palavras, ele descobre ser possível “interpretar” o papel de crítico social e dissecar as doenças dos organismos sociais alheios ao seu próprio.
Isso já é uma conquista, desde que hedonisticamente desempenhando um novo papel, o estudante expandiu seu conjunto de escolha de posturas possíveis.Ele pode ter adquirido algumas ferramentas indispensáveis de análise, alguns métodos de avançar de desconfortos pessoais para amplos programas de reconstrução social.Ele adquiriu a habilidade de formular observações sobre sistemas inteiras de arranjos institucionais.
Mas isso claramente não é o bastante.Nesse ponto o estudante meramente possui as ferramentas intelectuais que ele pode usar para a rejeição crítica de instituições distantes de sua própria.A complacência dos estudantes com respeito a suas próprias instituições pode ser fortalecida com suas novas habilidades.
Um período de crise começa.Grandes homens que estão perto de casa começam a aparecer na lista de leituras.Rousseau, por exemplo, não se restringe a si mesmo como um crítico da monarquia, mas faz observações afiadas sobre as instituições da classe ociosa.O estudante continua a “simular”, mas ele descobre que algumas de suas compromissos iniciais estão desaparecendo.Suas novas sensibilidades o ajudam a encontrar falhas em instituições crescentemente similares a suas próprias.Um climax é atingido quando ele chega a Marx, Veblen, Mills, Fanon.Ele não mais vê os senhores de escravos e sofistas, os monarcas absolutistas e os senhores feudais; o estudante subitamente reconhece seus contemporâneos.
Ele deve continuar a “interpretar” seu novo papel, ou ele deve voltar para sua postura apologista inicial? O professor não responde; ele parece não se importar com o dilema do estudante, para ele estes são meramente outros analistas, analistas anteriores de instituições sociais.Como irá o estudante escolher? Se ele persistir em seu nome papel, ele pode ser guiado a conclusão de que o melhor dos mundos possíveis tem falhas, largas falhas; entretanto se ele retorna para sua posição ingênua inicial, ele terá que se desprender de algo que ele aprendeu a valorizar.
A escolha é sua. Se ele escolha a postura do crítico social, a introdução de ciência social o ensinará a considerar as disciplinas mais especializadas como instrumentos para apreender o ambiente social, e ele julgará a eficiência dos instrumentos em termos de sua relevância para problemas humanos.Se ele volta para sua posição apologista inicial, ele irá ao menos estar atendo dessa possibilidade, e talvez ainda do valor, de outra postura, ele irá talvez temperar sua histeria lembrando que críticos não brotam do nada; eles são gerados pelos sistemas sociais.
Finalmente, a aproximação crítica deverá encontrar um caminho para atingir o estudante que se submete de forma desamparada aos arranjos institucionais porque ele sente que ele não conta.Esse estudante é um especialista antes mesmo dele aprender uma especialidade.Produtivo, consciencioso, devotado; ele tem uma função específica para fazer. Ele não tem paciência para apreciar as sutilezas dos filósofos ou a profundidade dos críticos sociais.Quem são eles para ele? Irão eles ensiná-lo a desenhar máquinas de grande precisão; irão elas aumentar seus salários?
Para o tradicionalista, este aluno é uma perda completa; ele é um filistino colocado na academia pela educação de massas.Mas para o crítico esse estudante representa um desafio e mesmo um modelo.A aplicação metodológica do estudante de um princípio ácido de realidade; sua rejeição sistemática de objetivos inalcançáveis; sua dedicação única para um único objetivo em mãos, são todos talentos invejáveis.O crítico social pode aprender mais desse estudante que ensiná-lo.
A única tarefa do crítico é exibir que existem funções específicas a serem realizadas fora das corporações e institutos da sociedade empresarial.Se a atenção do estudante pode uma vez ser dirigida para essa direção, seria a vez do professor voltar a aprender.Com sua abordagem intensamente prática, esse estudante rapidamente voltará seu interesse para os limites dentro do sistema que podem ser transformados por esforço humano, deixando coisas intangíveis como “natureza humana” para disciplinas mais abstratas.Com um princípio ácido de realidade, ele irá rapidamente concentrar sua atenção em forças que servem para fazer o trabalho, ignorante as demais forças como irrelevantes para o objetivo em mãos.Com sua especialidade cuidadosa e eficiente; ele irá projetar rapidamente um programa de ação.
O objetivo do crítico é colocar as habilidades valiosas do estudante a serviço da vida.Por exemplo, o crítico pode admitir que é admirável explicar cientificamente porque bilhões de seres humanos famintos nunca serão hábeis para solucionar seus problemas econômicos, mas adicionar que seria mais admirável explicar cientificamente que medidas poderiam ser postas para por um fim imediato nessa fome, que ações concretas podem ser tomadas para mobilizar essas forças.
O crítico pode admitir que é admirável analisar os ajustes requeridos por uma economia de guerra para uma produção mais eficiente de armamentos e treino mais efetivo de assassinos, mas sugerir que poderia ser mais admiráveis analisar os ajustes requeridos para transformar esses isso em poderosos agentes econômicos para o desenvolvimento de áreas atrasadas.
O crítico pode estar impressionado pela elegância científica com os incentivos compensatórios de acionistas, executivos, comandantes militares e líderes trabalhistas são balanceados em uma nova teoria de equilíbrio, mas ele pode talvez fique ainda mais impressionado por uma teoria menos elegante que se concentra em como romper através desse impasse e definindo as forças que podem tomar os instrumentos de produção e levar à destruição dos grupos compensadores.
O crítico pode admirar a exultação científica com o qual o fim da ideologia é aclamada entre a população cansada de mudanças e entre jovens entediados com teoria política e social, mas ele pode também admirar a soberba tentativa de educadores de inspirar novas energias para mudança, para gerar um novo interesse em teoria política e social, para dar nascimento a uma nova ideologia.