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Primeira Edição: crônica publicada sob o pseudônimo de Sparkenbroke, no jornal A Folha de São Carlos, na coluna Fora do Tempo,
Fonte: Originalmente publicado no site Clóvis Moura e os direitos humanos - https://www.cedem.unesp.br/#!/noticia/333/clovis-moura-e-os-direitos-humanos/
Transcrição e HTML: Fernando Araújo.
1972 foi o “Ano Internacional do Livro”. Se, por várias razões, para os brasileiros, ele não se constituiu dos mais significativos no plano de grandes obras — com poucas exceções –, recebeu uma homenagem autêntica, desinteressada e corajosa. Foi a publicação do livro “O Direito de Ser Homem” — seleção de textos organizada sob a direção de Jeanne Hersch, com patrocínio da UNESCO.
As melhores páginas de tudo quanto já se escreveu sobre os Direitos do Homem, liberdade, ideais de justiça, forma de se acabar com as desigualdades está compendiado na obra. Desde os preceitos do Corão, aos dos sábios gregos, dos poetas e dos democratas de todas as nações e de todos os tempos aos seus líderes mais esclarecidos se encontram neste volume indispensável a qualquer homem que ainda quer pensar no nosso mundo tão conturbado e trágico.
Por exemplo lá está esta poesia irlandesa de Odin, cerca de 800-1.100 de nossa era:
“Um tição inflama e queima outro tição;
um fogo nasce doutro fogo.
O homem se aquece no homem pela palavra de sua boca,
evite-se aquele que não tem voz”.
Ou este exemplo de Gandhi:
“Sempre me pareceu muito misterioso que um homem possa sentir-se honrado com a humilhação de seus semelhantes”.
Lá também encontramos este trecho de Mao-Tseu [sic] escritor chinês do século V antes de Cristo:
“Se o mundo inteiro adotar o amor universal, um Estado não mais invadirá outro Estado, uma família não mais perturbará outra família, gatunos e bandidos não existirão mais, o príncipe e o súdito, o pai e o filho observarão seu dever de piedade e de benevolência. Tal estado de coisas constituirá a boa ordem do mundo”.
Do Corão lemos:
“Os que são oprimidos têm o direito de combater, e Deus lhes pode conceder a vitória”.
Ainda encontramos de Roosevelt:
“Sabemos que uma paz durável não pode ser comprada ao preço da liberdade de outrem”.
O livro divide-se nas seguintes partes:
São quase seiscentas páginas com trechos do que estadistas, filósofos, místicos, políticos, sociólogos, homens do povo e heróis escreveram sobre esses assuntos. É um compêndio para se ter em casa. E nos momentos em que, por qualquer razão, começamos a descrer da condição humana devemos abri-lo, em qualquer parte, em qualquer página, pois nela encontraremos uma frase, um pensamento que nos restituirão a esperança e a fé no Homem.
De parabéns Sebastião Hersen, da Editora Conquista que, com este lançamento dignificou o Ano Intelectual do Livro”.