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Grande é a série de filhos e filhas da nação polonesa que deram suas vidas por uma livre e democrática República Popular. Agora juntou-se a eles Karol Swierczewski, um dos seus criadores mais dedicados, grande patriota e cidadão coberto de glória.
Grande é a lista de soldados poloneses que caíram no campo de batalha, lutando pela mãe-Pátria, e de cujo sangue ergue-se uma Polônia livre e independente. Agora juntamos a essa mesma lista o general Karol Swierczewski, Ministro da Defesa Nacional, primeiro Comandante-em-Chefe do II Exército Polonês, criador e organizador das Forças Armadas Polonesas, intrépido e heróico soldado.
Grande também é a lista dos nomes dos combatentes e construtores da Nova Polônia, a lista daqueles que foram assassinados pelo movimento fascista clandestino. Coube a membros do Partido Operário Polonês ocupar o primeiro lugar nesta trágica lista. Hoje nela escrevemos o nome de Karol Swierczewski, membro do Comité Central do Partido Operário Polonês, fiel e querido camarada.
Com uma bala inimiga dos fascistas ucranianos, dirigida e inspirada pelos centros estrangeiros de sabotagem e espionagem hostis à Polônia Democrática, com uma bala dos mercenários nazistas da UPA, repudiados e odiados pelos poloneses e também pelos povos ucranianos, ele perdeu sua vida — heroicamente, como um soldado, grande patriota polonês, famoso general e inesquecível camarada — um homem em cujo coração, durante toda a sua vida, ardeu a chama sagrada da luta pela liberdade e pelo povo.
O general Swierczewski veio da classe operária de Varsóvia. Ainda menino ele passou pela experiência das barricadas e lutas da revolução de 1905. Viu o mundo e a Polônia, pela primeira vez, das janelas de uma casa-de-cômodos da rua Kacza. Ingressou na vida através do portão da fábrica Gerlach, onde trabalhou como torneiro. Das fileiras da classe operária revolucionária veio o general Swierczewski, e nunca deixou de estar ao lado dos seus irmãos trabalhadores. Com toda a firmeza do seu espírito, em cada batida do coração, em cada um dos seus pensamentos, em cada etapa da sua vida penosa e brilhante, ele esteve ligado à classe operária.
A história da vida do general Swierczewski, desde o seu início ate a morte, é cheia de lembranças gloriosas das duras lutas pela liberdade e pelos direitos sociais e nacionais. Ele foi um dos que se dedicaram inteiramente ao ideal da luta pela emancipação da classe operária. Este ideal levou o a viver lutando e a estar pronto a dar sua vida, a qualquer momento, sem medo ou hesitação, em cada posto pelo qual ele fosse responsável. Foi guiado por este ideal que, em sua juventude, filiou-se ao SDKP e L. (Partido Comunista Polonês), este ideal fê-lo participar da Revolução de Outubro na Rússia, levou-o às fileiras do Exercito Vermelho onde se destacou pela sua bravura e dedicação. O mesmo ideal levou-o a Espanha, onde, com o nome-de-guerra de General Walter, comandou a divisão voluntária internacional da qual a brigada polonesa “Dabrowski” fez parte.
Na luta contra o fascismo, na luta pela liberdade do povo espanhol, o general Swierczewski foi o continuador das maiores tradições criadas nas lutas pela liberdade no século XIX pelos soldados e patriotas poloneses, os quais, com o lema de “Pela vossa e pela nossa libertação”, lutaram e morreram nas guerras europeias pelas liberdades do povo e nas barricadas da Comuna de Paris.
Tendo sido proibido o seu regresso à Polônia pelo regime de antes da guerra, ele nunca deixou de desejar ardentemente voltar à sua mãe-Pátria, a Varsóvia, à Polônia que ele amava tão profundamente com o seu grande espírito patriótico. Nada, talvez, pode caracterizar melhor o general Swierczewski como um valente guerreiro e um grande patriota polonês, ansioso de voltar ao seu torrão natal — do que a cena verídica descrita no livro sobre as maiores personalidades do Exército. No outono de 1944, quando as forças armadas polonesas recapturaram Praga (parte de Varsóvia situada na margem direita do rio Vístula) e expulsaram os alemães para o outro lado do Vístula, o general Swierczewski, desprezando o perigo dos tiros alemães, resolveu beijar o Vístula, pai dos rios poloneses, como um símbolo de sua homenagem mãe-Pátria, à qual regressa como seu soldado. Quando seu ajudante, devido ao perigo dos tiros alemães, tentou persuadir o general a abandonar sua intenção, este lhe disse simplesmente: “Deixe-me só, meu caro jovem. Eu não o vejo há trinta anos”. Então, desceu a margem do Vístula e — segundo o autor — “mergulhou suas mãos na água e cobriu o rosto com elas. Era impossível dizer se o seu rosto estava molhado pela água ou pelas lágrimas”.
Assim foi sempre o general Swierczewski. Foi um bravo soldado e um fiel polonês quando lutou pela Polônia e pela libertação da classe operária, no Exército Vermelho, contra os generais czaristas que combatiam a revolução russa e contra os centros reacionários mundiais que fariam a guerra de intervenção. Igualmente nos campos de batalha da Espanha republicana, no Rio Ebro e perto de Madrid. Assim era ele quando combateu os alemães nos rios Nissa e Laba, onde hasteou suas bandeiras gloriosas, e os soldados poloneses, que seguiam diretamente seu exemplo e suas ordens, lançaram-se à batalha pela independência da Polônia, para retomar os territórios roubados, pela grandeza e prosperidade da pátria renascida. Como um homem bravo e destemido foi que enfrentou o inimigo na hora da morte, nas mãos das feras fascistas.
Nasceram muitos heróis na terra polonesa. Mas não há muitos heróis como o general Swierczewski na historia da Polônia. Ele foi a personificação de todos aqueles valores que fizeram uma nação grande e imortal, livre e progressista, patriótica e revolucionária. Todos os poloneses devem seguir o exemplo, que nos foi legado pelo general Swierczewski, do mais dedicado amor a sua pátria e do seu grande amor pelo povo trabalhador. Devemos tirar uma lição de devoção e sacrifício de cumprimento do dever e heroísmo, de simplicidade e modéstia, da história da vida o general Swierczewski. Cada soldado, cada oficial, encontrará nela um insuperável exemplo de fortaleza espiritual e disciplina. Sua vida servirá como um exemplo para cada combatente e construtor da Polônia Popular, da qual o grande general sempre foi até a morte; um grande filho e herói.
A nação polonesa deve estar orgulhosa de ter possuído esse grande homem, orgulhosa deve estar a classe operária, orgulhoso está o Partido
Operário Polonês, cujo ideal era o seu ideal, cuja bandeira foi a bandeira de sua vida.
Hoje, baixamos nossas bandeiras, cobertas de crepe, sobre o túmulo desse grande polonês, soldado heróico e querido camarada — o general Karol Swierczewski. Nossos corações estão cheios de pesar e dor, nossos pensamentos estão postos nele. Vós, camarada general Swierczewski, comandareis sempre as Forças Armadas Polonesas, vós sereis a sua fortaleza inexpugnável, guardando a segurança das fronteiras polonesas ao longo do Nissa, do Odra e do Báltico, onde as levastes com a vossa espada vitoriosa . Ficareis sempre profundamente lembrado na memória da nação polonesa e nós educaremos a nova geração da Polônia Popular no exemplo da vossa vida.
Ficareis para sempre, camarada General, como o líder espiritual da classe operária, passareis à história como um dos nossos heróis imortais — líder do Partido Operário Polonês que tombou pela grande causa.
Ao pé do vosso túmulo, juramos solenemente marchar sem hesitação pelo caminho que escolhestes e que nunca abandonastes em toda a vida. Não deixaremos de lutar até que floresçam todos os ideais pelos quais vivestes, lutastes e morrestes, camarada general.
Vingaremos a vossa morte! Destruiremos até o último homem todos os remanescente do fascismo, em qualquer lugar que eles estejam. Dia a dia. construiremos e fortaleceremos o grande monumento da Polônia Popular, tão desejada pelo general Swierczewski e a cuja construção ele consagrou toda a sua vida.
Em nome do Comité Central do Partido Operário Polonês, presto solene homenagem à memória desse soldado e guerreiro da Polônia Popular — Karol Swierczewski.
Notas de rodapé:
(1) (Secretário Geral do Partido Operário Polonês) (retornar ao texto)
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Indivisível a Luta pela Democracia
"É sabido onde está o perigo, e os povos amantes da liberdade devem enfrentá-lo ativamente para que não sejam outra vez levados a uma catástrofe pelas forças da reação imperialista e do fascismo.
. . .Da mesma forma que a paz é indivisível, assim também é indivisível a luta por uma verdadeira democracia."
Inclusão | 11/03/2015 |