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QUERIDO CAMARADA, - Nossa atenção tem sido atraída para o fato daquilo que se propõe a ser uma tradução dos primeiros nove capítulos do primeiro volume da obra de nosso pai, O capital {1867}, que está sendo publicada por Mr. William Reeves, Fleet Street. Mr Reeves está inteiramente dentro de seus direitos legais nesta publicação, porém, para o bem dos muitos leitores ingleses, {e} especialmente dos leitores da classe trabalhadora, que podem ser induzidos a comprar a publicação de Mr. Reeves, sentimo-nos obrigadas a declarar distintamente que, embora a tradução de Mr. Broadhouse(1) encontre-se precisamente dentro do estatuto da lei [letter of the law], esta não é autorizada pelos executores testamentários das obras de Marx, e que esta {tradução} se encontra repleta das mais sérias imprecisões. O falecido Frederick Engels, que supervisionou e editou a tradução autorizada, escreveu o seguinte a respeito da tradução de Mr. Broadhouse quando esta apareceu originalmente em uma revista já extinta:
"Mr. Broadhouse possui deficiências em todas as qualidades necessárias para uma tradução de Marx […] ele faz Marx dizer o exato oposto do que ele de fato diz […] transforma algo que faz sentido em alemão em algo sem sentido em inglês. Quando Marx diz “branco”, Mr. Broadhouse não vê nenhuma razão pela qual ele não deveria traduzir por “preto” […] Eu poderia oferecer dez vezes esse número de exemplos para demonstrar que Mr. Broadhouse é sob todos os aspectos um homem inapto e inadequado para traduzir Marx, especialmente porque aparenta ignorar completamente o que é um trabalho científico realmente consciencioso."
A única tradução autorizada tanto do primeiro volume completo de O Capital, ou dos primeiros nove capítulos deste, é a publicada por Mr. Sonnenschein, que teve a inestimável vantagem da revisão feita por Engels.
Fraternalmente,
Laura Lafargue,
Eleanor Marx Aveling
Duas semanas antes, no dia 22 de fevereiro de 1897, exatamente a mesma carta foi enviada para The Times.
Sir, - Nossa atenção tem sido atraída para o fato daquilo que se propõe a ser uma tradução dos primeiros nove capítulos do primeiro volume da obra de nosso pai, O capital {1867}, que está sendo publicada por Mr. William Reeves, Fleet Street. Mr Reeves está inteiramente dentro de seus direitos legais nesta publicação, porém, para o bem dos muitos leitores ingleses, {e} especialmente dos leitores da classe trabalhadora, que podem ser induzidos a comprar a publicação de Mr. Reeves, sentimo-nos obrigadas a declarar distintamente que, embora a tradução de Mr. Broadhouse encontre-se precisamente dentro do estatuto da lei [letter of the law], esta não é autorizada pelos executores testamentários das obras de Marx, e que esta {tradução} se encontra repleta das mais sérias imprecisões. O falecido Frederick Engels, que supervisionou e editou a tradução autorizada, escreveu o seguinte a respeito da tradução de Mr. Broadhouse quando esta apareceu originalmente em uma revista já extinta:
"Mr. Broadhouse possui deficiências em todas as qualidades necessárias para uma tradução de Marx […] ele faz Marx dizer o exato oposto do que ele de fato diz […] transforma algo que faz sentido em alemão em algo sem sentido em inglês. Quando Marx diz “branco”, Mr. Broadhouse não vê nenhuma razão pela qual ele não deveria traduzir por “preto” […] Eu poderia oferecer dez vezes esse número de exemplos para demonstrar que Mr. Broadhouse é sob todos os aspectos um homem inapto e inadequado para traduzir Marx, especialmente porque aparenta ignorar completamente o que é um trabalho científico realmente consciencioso."
A única tradução autorizada tanto do primeiro volume completo de O Capital, ou dos primeiros nove capítulos deste, é a publicada por Mr. Sonnenschein, que teve a inestimável vantagem da revisão feita por Engels.
Fraternalmente,
Laura Lafargue,
Eleanor Marx Aveling
20 de Fevereiro
Notas de rodapé:
(1) Mr. Broadhouse é pseudônimo do escritor e político inglês Henry Mayers Hyndman (1842-1921). (Nota do tradutor) (retornar ao texto)
Inclusão | 07/05/2015 |
Última alteração | 31/08/2018 |