(1834-1907): Químico russo. Efetuou com a sua lei periódica dos elementos químicos uma revolução na química. Esta lei diz:"As propriedades dos elementos (e por conseguinte dos corpos simples e compostos por eles formados) acham-se em dependência periódica em relação a seu peso atômico".
Antes da descoberta desta lei periódica de Mendeleev, os elementos químicos eram considerados completamente independentes, separados uns dos outros e a química limitava-se a calcular desordenadamente tais elementos e suas propriedades. Mendeleev pôs termo a esta concepção metafísica da química. Criou um sistema harmônico sobre os elementos químicos que permitem predizer a existência de elementos ainda desconhecidos. A lei periódica descobriu as leis objetivas a que se sujeita a evolução do mundo inorgânico, o vínculo mútuo entre os elementos químicos; fundamentou a ideia de seu caráter transformativo; demonstrou que a evolução se realiza não só na natureza orgânica, mas também na inorgânica. Os trabalhos de Mendeleev têm assim importância enorme para a confirmação dos princípios fundamentais do materialismo dialético e da ligação universal dos fenômenos da natureza e da evolução universal das formas inferiores para as superiores.
"Mendeleev, escreve Engels, aplicando inconscientemente a lei hegeliana da transformação da quantidade em qualidade, realizou uma façanha científica que pode colocar-se ao lado da descoberta de Leverrier, que chegou a calcular a órbita dum planeta ainda, desconhecido: Netuno".
Em sua concepção filosófica, Mendeleev sustentava a posição do materialismo histórico-naturalista, embora nem sempre de maneira consequente. Não obstante essas oscilações e concessões verbais à religião e ao agnosticismo, Mendeleev manifesta-se materialista em todos os problemas de princípio. Na prática, declarou não poder haver limite algum entre o conhecimento e o domínio da substância. Manifestou-se resolutamente contrário ao espiritismo, ao machismo e, em parte, à "teoria energética" idealista de Ostwald, que separava a energia da matéria e definia a matéria interpretando-a de forma idealista, como substância do mundo. O espiritual, afirmava Mendeleev, está ligado ao material e também é conhecido somente através deste; a matéria, pois, existe independentemente do espírito. Mendeleev lutou tenazmente durante toda a vida para unir a teoria à prática, para aplicar as descobertas científicas à produção.