(1885-1959): Argentino naturalizado brasileiro. Militar, iniciou sua carreira como soldado da Força Pública do estado de São Paulo. Teve participação destacada, em julho de 1924, no levante ocorrido na capital paulista contra o governo de Artur Bernardes, sob o comando do general Isidoro Dias Lopes. Os rebeldes assumiram o controle da cidade durante três semanas, mas sem poder continuar resistindo ao cerco das tropas legalistas, retiraram-se com cerca de 3 mil homens em direção ao estado do Paraná. Ali, em abril do ano seguinte, vieram se juntar a eles as forças que haviam sublevado, nos meses anteriores, guarnições do interior gaúcho sob o comando do capitão Luís Carlos Prestes. Os líderes rebeldes decidiram, então, realizar a integração dos dois grupos em um único exército revolucionário, cujo comando ficou dividido entre Miguel Costa e Prestes. A Coluna Prestes, como ficou conhecido o novo exército.
Em 1930, deu apoio ao movimento que derrubou o presidente Washington Luís e levou Getúlio Vargas ao poder. Foi nomeado, então, comandante da Força Pública paulista e secretário de Segurança do estado. Ainda no mês de novembro de 1930, fundou a Legião Revolucionária (LR), organização que buscava mobilizar setores médios e do operariado, em apoio ao novo regime. Enfrentava, então, forte oposição dos setores mais conservadores do estado, que não viam com bons olhos a presença de militares no comando da política estadual e menos ainda uma organização como a LR, que baseava sua atuação política na mobilização de massas. Em julho de 1931 promoveu uma reforma organizativa na LR, transformando-a no Partido Popular Paulista (PPP). Ainda nesse ano, foi afastado do comando da Força Pública. Com o início da Revolução Constitucionalista em julho de 1932, em São Paulo, à qual se opunha, foi preso, sendo libertado somente após a derrota do movimento. Nos anos seguintes afastou-se, gradualmente, de Vargas. Em 1935, aderiu à Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente política que reunia socialistas, comunistas, tenentes descontentes com os rumos da Revolução de 1930 e outros setores de esquerda, aglutinados em torno de uma plataforma nacionalista e antifascista. Em julho de 1935, Prestes, a principal liderança da organização, divulgou manifesto em que pregava a derrubada de Vargas pelas armas e exigia todo o poder à ANL. Vargas aproveitou-se do conteúdo insurrecional do manifesto para colocar a ANL na ilegalidade. Miguel Costa escreveu, então, a Prestes criticando-o pela precipitação. Embora não tenha participado diretamente dos levantes deflagrados, em novembro, por dirigentes aliancistas, acabou preso, perdendo a cidadania brasileira e a patente de general honorário de Exército. Esses títulos só foram recuperados pouco antes de morrer, em 1959, na capital paulista.