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Fonte: Cuba Debate
Transcrição e HTML: Fernando Araújo.
ROGO novamente ao jornal Granma não empregar o espaço da primeira página para estas linhas, relativamente breves, acerca do genocídio que está sendo cometido contra os palestinos.
Escrevo-as com rapidez, apenas para fazer constar aquilo acerca do qual se requer meditar profundamente.
Eu penso que uma nova e nojenta forma de fascismo está surgindo com notável força neste momento da história humana, no qual mais de sete bilhões de habitantes se esforçam pela própria sobrevivência.
Nenhuma destas circunstâncias tem a ver com a criação do império romano, há por volta de 2.400 anos ou com o império norte-americano que nesta região do mundo, há apenas 200 anos, foi descrito por Simon Bolívar quando exclamou que:
“...os Estados Unidos parecem destinados pela Providencia a encher a América de misérias em nome da liberdade”.
Inglaterra foi a primeira real potência colonial que utilizou seus domínios sobre boa parte da África, Oriente Médio, Ásia, Austrália, América do Norte e muitas das ilhas antilhanas, na primeira metade do século XX.
Nesta ocasião não falarei das guerras e dos crimes cometidos pelo império dos Estados Unidos ao longo de mais de cem anos, mas só quero fazer constar o que quis fazer com Cuba, o que fez com muitos outros países do mundo e que tão só serviu para provar que “uma ideia justa do fundo de uma gruta pode mais que um exército”.
A história é muito mais complicada que tudo aquilo que já foi dito, mas é assim, a grandes traços, como a conheceram os moradores da Palestina e é lógico igualmente, que nos meios modernos de comunicação se espelham as notícias que diariamente chegam, assim tem ocorrido com a vergonhosa e criminosa guerra na Faixa de Gaza, um pedaço de terra onde mora a população do que restou da Palestina independente, até há apenas meio século.
A agência francesa AFP informou em 12 de agosto:
“A guerra entre o movimento islâmico palestino Hamas e Israel já provocou a morte de cerca de 1,8 mil palestinos [...] a destruição de milhares de moradias e a ruína de uma economia já enfraquecida desde antes”,
embora não assinale, naturalmente, quem iniciou a terrível guerra.
Depois acrescenta:
“...no sábado ao meio-dia, a ofensiva israelense tinha matado 1.712 palestinos e ferido 8.900. As Nações Unidas puderam verificar a identidade de 1.117 mortos, a maioria deles civis [...] A Unicef contabilizou ao menos 296 menores mortos”.
“As Nações Unidas estimaram [...] (umas 58.900 pessoas) sem lar na Faixa de Gaza”.
“Dez dos 32 hospitais fecharam e mais onze foram afetados”.
“Este enclave palestino de 362 quilômetros quadrados também não dispõe da infraestrutura necessária para 1,8 milhão de habitantes, sobretudo em termos de distribuição de eletricidade e de água”.
“Segundo o FMI, a taxa de desemprego ultrapassa 40% na Faixa de Gaza, território submetido desde o ano 2006 a um bloqueio israelense. Em 2000, o desemprego afetava 20% e em 2011 afetava 30%. Mais de 70% da população depende da ajuda humanitária em tempos normais, segundo Gisha”.
O governo de Israel declara uma trégua humanitária em Gaza às 07:00 GMT desta segunda-feira; contudo, poucas horas depois rompeu a trégua ao atacar uma casa na qual 30 pessoas, a maioria mulheres e crianças, foram feridas, e entre elas uma menina de oito anos que morreu.
Na madrugada desse mesmo dia, dez palestinos morreram em consequência dos ataques israelenses em toda a Faixa e já chegou a 2 mil o número de palestinos assassinados.
A chacina chegou a tal ponto que “o ministro dos Assuntos Exteriores da França, Laurent Fabius, anunciou nesta segunda-feira que o direito de Israel à segurança não justifica o ‘massacre de civis’ que está perpetrando”.
O genocídio dos nazistas contra os judeus provocou o ódio de todos os povos da terra. Por que o governo desse país pensa que o mundo será insensível a este macabro genocídio que hoje está cometendo contra o povo palestino? Acaso se espera que ignore quanta cumplicidade existe por parte do governo norte-americano neste vergonhoso massacre?
A espécie humana vive hoje uma etapa nunca vivida antes na história. Uma colisão entre dois aviões militares ou navios de guerra que se vigiam estreitamente ou outros fatos similares, podem fazer deflagrar uma guerra com o emprego das mais sofisticadas armas modernas, o que se converteria na última aventura do conhecido homo sapiens.
Temos fatos que refletem a incapacidade quase total dos Estados Unidos de fazer face aos problemas atuais do mundo. Pode afirmar-se que não há governo nesse país, nem o Senado, nem o Congresso, a CIA ou o Pentágono que possam determinar o desenlace final. É triste realmente que isso venha a acontecer quando os perigos são maiores, mas também as possibilidades de continuar avançando.
Quando da Grande Guerra Pátria os cidadãos russos defenderam seu país como os espartanos; subestimá-los foi o erro principal dos Estados Unidos e da Europa. Seus aliados mais próximos, os chineses, que tal como os russos obtiveram sua vitória a partir dos mesmos princípios, constituem hoje a força econômica mais dinâmica da terra. Os países querem o yuan e não dólares para adquirir bens e tecnologias e incrementar seu comércio.
Forças novas e imprescindíveis têm surgido. O Brasil, Rússia, Índia, China e a África do Sul, cujos vínculos com a América Latina, a maioria dos países do Caribe e da África, que lutam por seu desenvolvimento, constituem a força que em nossa época estão dispostos a colaborar com o resto dos países do mundo, sem excluir os Estados Unidos, Europa, Japão.
Culpar a Federação Russa da destruição em pleno voo do avião da Malásia é uma simplicidade estonteante. Nem Vladimir Putin, nem Serguéi Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, nem os demais dirigentes desse Governo jamais fariam semelhante disparate.
Vinte e seis milhões de russos morreram na defesa da Pátria contra o nazismo. Os combatentes chineses, homens e mulheres, filhos de um povo de cultura milenar, são pessoas de inteligência privilegiada e espírito de luta invencível, e Xi Jinping é um dos líderes revolucionários mais firme e capaz que já conheci na minha vida.
Fonte |
Inclusão | 09/07/2019 |